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Os avanços no tratamento do câncer de próstata

Urologista resume os progressos no controle da doença, que sempre se beneficia do diagnóstico precoce

Por Geraldo Faria, urologista*
12 nov 2021, 10h27

Todos os anos, campanhas de conscientização são realizadas sobre a importância da prevenção e da detecção do câncer de próstata, o tipo de tumor com maior incidência em homens, excetuando-se o câncer de pele não melanoma, e a segunda causa de morte por câncer no sexo masculino. A ideia é evitar ou minimizar os impactos da doença, incentivando os homens a se cuidarem e procurarem o médico.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimam mais de 65 mil novos casos do problema somente para este ano. E cerca de 25% desses homens perdem a vida para a doença, o que equivale a 16 mil mortes por ano ou a uma morte a cada 35 minutos.

O câncer de próstata pode ser uma enfermidade grave, mas cerca de 90% dos casos conseguem ser curados desde que a detecção seja realizada precocemente. Pacientes diagnosticados com a doença na fase inicial e tumores com características de pouca agressividade podem ser orientados a fazer um acompanhamento evolutivo do quadro sem a necessidade de tratamentos mais invasivos.

É o que chamamos de espera vigilante ou vigilância ativa, um protocolo que deve ser rigorosamente seguido com exames periódicos para saber se a doença está progredindo ou não de forma desfavorável. A adoção da vigilância ativa na população indicada poupa os pacientes de sequelas que poderiam ocorrer com a cirurgia ou a radioterapia.

Quando o grau de agressividade é maior ou a doença está mais avançada, porém, partimos para tratamentos mais radicais, como a remoção cirúrgica da glândula, a quimioterapia, a hormonioterapia e a radioterapia.

+ LEIA TAMBÉM: Pandemia afastou ainda mais os homens do médico

Nesse contexto, novas formas de tratamento têm surgido nos últimos anos. É o caso das terapias focais e da imunoterapia, que ampliam a possibilidade de tratar os pacientes de forma mais efetiva e individualizada.

Cirurgia e radioterapia continuam sendo os recursos mais utilizados e eficazes para homens com câncer sem sinais de disseminação. E a remoção cirúrgica da glândula passou por um grande avanço com a introdução das técnicas menos invasivas como a laparoscopia e a prostatectomia radical robótica.

Esses procedimentos resultam em uma hospitalização mais curta e numa recuperação clínica mais rápida, com menos complicações pós-operatórias e sequelas como incontinência urinária e disfunção erétil.

A radioterapia também passou por inovações com a introdução de softwares computadorizados que permitem que os feixes de radiação sejam direcionados com maior precisão, reduzindo a agressão para os órgãos adjacentes à próstata (bexiga, intestino…). Assim, podemos lançar mão de doses mais elevadas naquele alvo, o que se reflete em melhores resultados.

Com a intenção de reduzir as complicações relacionadas aos procedimentos mais agressivos, o tratamento focal dos tumores com crioterapia, ultrassom de alta intensidade (HiFu), ablação a laser, braquiterapia e outras formas de energia também tem sido cada vez mais empregado no controle de tumores.

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E devemos notar os avanços no arsenal terapêutico destinado àqueles casos em que o câncer extrapolou os limites da glândula, gerando metástase e acometendo os ossos e outros órgãos. A quimioterapia com a medicação docetaxel e novas drogas orais como a abiraterona e a enzalutamida mostraram-se eficazes em retardar a progressão da doença e melhoraram a expectativa e a qualidade de vida dos pacientes.

Num horizonte próximo, visualizamos a terapia multimodal, a imunoterapia e novos recursos da medicina de precisão, que tornarão a abordagem do câncer de próstata ainda mais personalizada e apta a respeitar as preferências do paciente.

* Geraldo Faria é presidente da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo e membro titular das associações americana e europeia de urologia

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