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Nova era no tratamento da asma grave

Versão mais severa da doença impacta significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Mas uma nova geração de medicamentos pode mudar essa realidade

Por Rafael Faraco Rodrigues, pneumologista*
15 jun 2021, 10h15

Você já ouviu falar em asma grave? Talvez não. Diferente da asma em si, a versão grave é um tipo de doença que torna a vida da pessoa bem mais difícil. O simples ato de caminhar do quarto até a sala pode ser extremamente complicado. Em resumo: a dificuldade em respirar é grande.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 262 milhões de pessoas no mundo viviam com asma em 2019, sendo que de 3 a 10% desses pacientes apresentam o tipo grave. No total, ocorreram mais de 46 mil mortes relacionadas à doença globalmente.

No Brasil, cerca de 20 milhões de pessoas convivem com diferentes formas dessa doença respiratória, inflamatória e de origem alérgica. A asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações pelo SUS, conforme o grupo etário, tendo em média 350 mil internações anualmente.

Uma das principais medidas para o controle da asma é o tratamento adequado de acordo com a gravidade da doença e a adesão do paciente à terapia prescrita. Assim como existem diferentes tipos de asma, existem diferentes tipos de tratamento.

O diagnóstico de asma grave leva em consideração a quantidade de medicação que deve ser administrada diariamente (os corticoides) e outras terapias de apoio, em dosagens elevadas, o que pode ter como consequência o agravamento ou o desenvolvimento de comorbidades, como diabetes e obesidade. Além disso, esses pacientes têm maior número de exacerbações, crises que os fazem procurar a emergência frequentemente, e estão mais sujeitos a internações hospitalares, chegando por vezes a necessitar de cuidados em UTI.

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A falta de informação e o direcionamento tardio para um especialista são obstáculos na jornada do paciente com asma grave. Enquanto os adultos levam, em média, quatro anos entre os primeiros sintomas e o diagnóstico, as crianças demoram um ano.

Felizmente, porém, estamos em um momento em que os brasileiros vivenciam a chegada de terapias inovadoras para controlar essa doença crônica. Antigamente, o tratamento era feito com a administração de corticoides. Mas, com a evolução da ciência, surgiu uma nova terapia, à base de imunobiológicos.

Os imunobiológicos mudaram o manejo de várias doenças de caráter imunológico, e a asma grave é um exemplo disso. De última geração, esses medicamentos injetáveis são indicados para tratar os casos da doença que não respondem ao tratamento convencional exclusivo com corticoides.

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Com esse tipo de terapia mais acessível, a abordagem torna-se mais precisa e personalizada, levando em conta as necessidades de cada paciente. Estudos mostram que, indicado para pacientes adultos e crianças a partir dos 6 anos, o tratamento complementar com imunobiológicos reduz os episódios de crise, as visitas ao pronto-socorro e as internações.

A boa notícia é que, desde 1º de abril de 2021, os tratamentos imunobiológicos para asma grave passaram a ter cobertura obrigatória dos planos de saúde, o que significa que, para os pacientes que cumprirem os critérios de utilização, esses medicamentos serão fornecidos sem custos extras.

Além disso, um novo tratamento imunobiológico avaliado pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) teve recomendação favorável à incorporação no sistema público. Isso significa que, em breve, mais opções estarão disponíveis de forma gratuita para todos os brasileiros.

Nunca foi tão fundamental respirar. Principalmente agora com a Covid-19, em que a asma grave é um fator de risco para complicações. Assim, a chegada dos imunobiológicos traz fôlego e esperança para quem convive com a doença.

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* Rafael Faraco Rodrigues é pneumologista e médico responsável pela equipe de pneumologia do Hospital São Luiz – Unidade Anália Franco, em São Paulo

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