Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Imagem Blog

Com a Palavra Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Mês da infertilidade: o que realmente dificulta as chances de engravidar?

No mês de conscientização sobre a infertilidade, especialista comenta o que pode (ou não) atrapalhar o sonho de ter filhos

Por Maurício Chehin, ginecologista e especialista em reprodução assistida*
19 jun 2022, 10h11

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 190 milhões de pessoas sofrem em todo o mundo com problemas de infertilidade. E, entre os casais, tanto homens como mulheres podem apresentar essa dificuldade.

Além das questões genéticas, muitos casos estão relacionados a desequilíbrios na saúde ou ao estilo de vida, e isso se aplica ao sexo masculino e feminino. Trata-se de um assunto com alta carga emocional, capaz de gerar frustrações e constrangimentos. E está longe de ser incomum: a infertilidade atinge um em cada cinco casais.

Quanto antes forem diagnosticadas as causas, maiores as chances de reverter o quadro. E os métodos de reprodução assistida trazem esperança com excelentes resultados para quem deseja realizar o sonho da maternidade ou paternidade.

O tema carrega alguns tabus que devem ser desmitificados. A maternidade tardia é um deles, pois já é uma realidade no Brasil. O número de mulheres que têm filhos depois dos 35 anos cresceu 63% nos últimos dez anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Continua após a publicidade

+ LEIA TAMBÉM: Cólica e dificuldade para engravidar? Já pensou em adenominose?

A idade puxa muitas discussões sobre fertilidade. As chances mensais de engravidar naturalmente são de 20% aos 25 anos, 15% aos 35 anos, 5% aos 40 anos e 2% aos 43 anos. Como se vê, existe uma queda de acordo com o avançar da idade, mas não é uma regra absoluta.

A decisão de antecipar ou postergar a gestação deve ser munida de informações confiáveis e o entendimento das opções e dos riscos atrelados ao processo. O desenvolvimento de técnicas de congelamento de óvulos e embriões, assim como das técnicas de fertilização in vitro, são avanços que dão apoio a quem prefere uma gravidez mais tardia.

Continua após a publicidade

Também existem muitos mitos sobre o impacto de algumas doenças, caso da endometriose, na capacidade de reprodução. Um estudo publicado no JAMA Network Open revelou um aumento de 30% no risco relativo de menopausa precoce em mulheres com a condição, mesmo contemplando variáveis como raça, educação, renda, tabagismo, dieta e índice de massa corporal. Isso significa que a janela de tempo para conceber pode ficar mais curta entre portadoras do problema.

+ LEIA TAMBÉM: Novas luzes ajudam a entender e a tratar a endometriose

O tratamento da endometriose varia de acordo com a intensidade e a intenção de engravidar. Para casais que desejam ter filhos, a cirurgia eventualmente pode ser indicada, pois estudos apontam possível melhora na fertilidade.

Continua após a publicidade

A opção mais comum é não tratar a endometriose e, sim, utilizar algum método de reprodução assistida, como a fertilização in vitro. Como cada caso tem um desenvolvimento diferente, é essencial procurar um especialista em reprodução e verificar qual a melhor indicação caso a caso.

O mesmo acontece com quem tem síndrome dos ovários policísticos. A falta de ovulação crônica não quer dizer que a gravidez seja impossível, mas há que se considerar as limitações e formas de tratar a condição pensando em seus sintomas e no desejo (ou não) de engravidar.

BUSCA DE MEDICAMENTOS Informações Legais

DISTRIBUÍDO POR

Consulte remédios com os melhores preços

Favor usar palavras com mais de dois caracteres
DISTRIBUÍDO POR
Continua após a publicidade

Mais recentemente, dúvidas sobre fertilidade despontaram em função da Covid-19. Um estudo da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, indicou que o vírus pode tornar homens inférteis temporariamente. Os pesquisadores constataram que o Sars-CoV-2 afeta os testículos, prejudicando a capacidade de produzir espermatozoides e hormônios.

É importante, assim, que esses indivíduos sejam acompanhados por um a dois anos após a infecção, a fim de entender a evolução do quadro, até porque alguns estudos mostram que a possível interferência da doença na função testicular só acontece em casos de maior gravidade.

+ ASSISTA: Pesquisa brasileira mostra efeito da Covid-19 na saúde reprodutiva dos homens

Essa mesma pesquisa apontou que não existe evidência de que as taxas de fecundação e a probabilidade de concepção sofram variações devido à imunização contra a Covid-19. Portanto, as grávidas podem e devem se vacinar contra o coronavírus, diferentemente do que foi falado no início das campanhas de imunização.

O efeito dos contraceptivos nas chances de engravidar também gera questionamentos, mas é importante explicar que a perda de folículos e a diminuição do estoque de óvulos são contínuas, e isso acontece independentemente do uso ou não de algum método anticoncepcional, seja pílula, seja adesivo, seja DIU. No caso dos contraceptivos que bloqueiam momentaneamente a ovulação, basta interromper o uso e a mulher já se encontra apta para a concepção.

Nesse contexto, ressalto que a consulta regular ao médico é fundamental para a mulher tirar suas dúvidas e ser orientada sobre hábitos e atitudes saudáveis. E um check-up é bem-vindo para saber como anda a saúde e, havendo planos para engravidar, entender se há algo prejudicando a fertilidade e o que pode ser feito para contornar o problema.

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:

* Maurício Chehin é ginecologista e especialista em reprodução assistida da Huntington Medicina Reprodutiva

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.