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Março Azul-Marinho: o retrato do tratamento do tumor colorretal

No mês de conscientização sobre esse tipo de tumor, conheça os principais avanços no dia a dia dos pacientes – e os desafios atuais

Por Samuel Aguiar Júnior, oncologista*
19 mar 2024, 16h32

A preferência por refeições rápidas e industrializadas, o aumento das jornadas de trabalho, o sedentarismo e o estresse são apontadas por diversos estudos como as causas mais prováveis para o aumento da incidência de câncer no intestino, principalmente na população mais jovem.

O Observatório do Câncer, uma pesquisa conduzida a partir da jornada dos pacientes que deram entrada no A.C.Camargo Cancer Center durante os últimos 20 anos, mostra que, com exceção do câncer de pele não melanoma, os tumores colorretais estão em segundo lugar em incidência tanto entre homens como entre mulheres.

Tais dados são compatíveis com as previsões da Organização Mundial de Saúde, que prevê que 1 a cada 20 pessoas desenvolverá câncer colorretal durante sua vida. Há ainda uma estimativa de aumento de mais de 60% de incidência nas próximas duas décadas.

+Leia também: Câncer colorretal é um dos mais preveníveis

Assim como a maioria dos cânceres, o colorretal tem chances de um tratamento bem sucedido muito maiores quando detectado em estágios iniciais – a taxa pode ultrapassar 90%. Porém, apesar de existirem exames para rastreamento e detecção precoce, de acordo com levantamento da Interfarma e da IQVIA em 2019, apenas 2% dos indivíduos elegíveis vinculados ao SUS realizaram colonoscopia ou pesquisa de sangue oculto nas fezes como exames de rotina nos dois anos anteriores.

Os motivos são variados: desconhecimento, vergonha, incômodo com o preparo ou simplesmente o medo de perder um dia de trabalho.

Em 55 a 60% dos casos, o câncer colorretal é diagnosticado em estágio avançado e requer uma complexa combinação de cirurgia, quimioterapia e terapias-alvo de alto custo, com impactos sociais para o paciente e seus familiares. Ainda assim, a evolução é clara.

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No A.C.Camargo Cancer Center, a quantidade de pacientes que sobrevivem cinco anos ou mais após o diagnóstico era de 57% em 2000. Já em 2017, o número saltou para 79%.

A evolução cirúrgica apresentou neste mesmo período avanços significativos na precisão. Ou seja, as intervenções se tornaram menores e a recuperação mais tranquila.

As plataformas de cirurgia robótica diminuíram as intercorrências indesejadas, seja na mesa de cirurgia, seja em termos de infecções durante o pós-operatório.

No incremento da qualidade de vida e segurança do paciente, também é possível diminuir o tempo de internação pós-cirúrgico do paciente. Por meio de protocolos de inteligência artificial em teste, o acompanhamento por um aplicativo de mensagens tem sido realizado com resultados bastante precisos no que diz respeito à busca do pronto atendimento.

Nos casos em que foi recomendado procurar o hospital, apenas 1 a cada 4 casos o aplicativo apresentou zelo excessivo. Quando indicou a permanência em casa, o aplicativo teve acerto em 99% dos casos. Com o aumento da base de dados, a tendência é que possamos contar com uma ferramenta ainda mais precisa.

Chegamos à campanha de Março Azul-Marinho, o mês de conscientização do câncer colorretal. E aí devemos ressaltar os fatores de prevenção: evitar o consumo de embutidos e o excesso de carne vermelha, adotar uma alimentação equilibrada (com frutas, verduras, legumes e cereais), praticar exercícios físicos, não ingerir bebidas alcoólicas e não fumar.

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Também lembramos a importância do diagnóstico precoce, sendo recomendado a colonoscopia para a população sem sintomas fazer o exame a partir dos 45 anos e repeti-lo a cada 10 anos. Para aqueles que possuem histórico de câncer de intestino na família, essa periodicidade e o seu início podem mudar, caso a caso.

E claro, se notar qualquer sintoma diferente, procure um médico.

*Samuel Aguiar Jr. é líder do Centro de Referência de Tumores do A.C.Camargo Cancer Center

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