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Homens, não esperem a pandemia passar para ir ao médico

Pesquisa revela que homens se afastaram de cuidados médicos na pandemia, o que pode ser particularmente prejudicial ao diagnóstico do câncer de próstata

Por Karin Anzolch, urologista*
30 nov 2020, 09h38

Enquanto nossos medos e precauções se voltam para o microscópico e aterrorizante vírus que veio de longe, inimigos já conhecidos entre nós podem estar minando nossas forças e ameaçando a saúde e nossos sonhos. Infelizmente, a trégua com a Covid-19 não é negociável, mas nossas atenções não podem descuidar de outras frentes de batalha.

É nesse contexto que a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) idealizou uma pesquisa que vem se juntar aos propósitos do mês de conscientização sobre o câncer de próstata para alertar que ter saúde não se restringe a pegar ou não o coronavírus.

O estudo foi feito pela internet com 499 brasileiros de 22 estados, e acadêmicos de medicina de diversas cidades nos auxiliaram com a coleta dos dados. Dos entrevistados, 75% tinham mais de 40 anos, 77% eram do sexo masculino e 2% já tiveram diagnóstico de câncer de próstata. Apenas 6% admitiam que não se cuidavam ou não se importavam com a saúde. Com a pandemia em curso, 57% relataram ter percebido um impacto negativo sobre a própria saúde e 9% consideraram estar pior do que antes.

Sobre a impressão geral de que as pessoas estariam indo menos ao médico ou fazendo menos os tratamentos neste período, 81% concordaram e 55% alegaram que haviam deixado de fazer alguma consulta ou tratamento médico em função da Covid-19. Ao serem indagados sobre a dificuldade de acesso a consultas ou tratamentos, 40% disseram que não procuraram deliberadamente o serviço ou o profissional e 23% contaram que até procuraram, mas encontraram dificuldades de acesso.

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Entre os homens, pouco mais de 30% vão regularmente ao urologista e 3% afirmam nunca ter consultado esse especialista e nem pretendem consultá-lo, demonstrando que ainda existe resistência em relação aos cuidados com a saúde urogenital. Eis uma realidade que precisamos mudar.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa de novos casos de câncer de próstata para 2020 é de 65 840, com 15 576 mortes relacionadas. Se a estimativa da perda de vidas por câncer de próstata já é essa, quantos casos poderão ser acrescentados se não houver, na esteira da pandemia, a busca por detecção e tratamento?

Em outro levantamento que fizemos com dois laboratórios de alta demanda, verificamos que, nos primeiros meses da Covid-19, houve uma redução na coleta do PSA (o exame de sangue para rastrear problemas na próstata) de até 38% na comparação com o mesmo período de 2019. Isso reflete menos atenção com a próstata e sugere que as consequências da pandemia vão muito além do que se imagina.

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Portanto, nunca é demais lembrar que, mesmo diante de uma crise como esta, a prevenção não pode ser deixada de lado. Homens a partir de 50 anos, mesmo sem sintomas, devem procurar o médico para flagrar precocemente o câncer de próstata. Se tiverem casos na família ou forem da raça negra, isso tem de ocorrer a partir dos 45 anos. A doença não espera a Covid-19 passar.

* Karin Anzolch é urologista e coordenadora da pesquisa sobre o impacto da pandemia na saúde do homem da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)

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