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Harmonização facial para homens e mulheres trans

Procedimento ajuda a realçar características do rosto que são mais compatíveis com a identidade de gênero, conta especialista

Por Caio Rezende, cirurgião-dentista*
28 jun 2022, 10h01

A harmonização orofacial é um conjunto de técnicas e procedimentos que tem o objetivo de melhorar os contornos, a simetria e a qualidade das estruturas do rosto, proporcionando ganhos estéticos e funcionais, qualidade de vida e valorização da autoestima. É um recurso ainda mais importante para mulheres e homens trans, pois ajuda a destacar os traços faciais compatíveis com a identidade de gênero.

Na anatomia do rosto humano, há uma diferença natural entre os traços de mulheres e homens. O primeiro passo para a realização de uma harmonização facial na mulher ou no homem trans é uma avaliação com o cirurgião-dentista especializado, a fim de que ele entenda os anseios, as queixas e o grau de expectativa do paciente.

Esse diagnóstico criterioso revela as possibilidades técnicas à nossa mão e precisa considerar aspectos físicos da pessoa, como idade, tipo de pele, assimetrias, presença de flacidez e questões anatômicas. Tudo isso vai orientar o planejamento dos procedimentos.

Também temos de investigar se há restrições à harmonização, caso de doenças autoimunes, processos infecciosos e problemas sistêmicos descompensados, a exemplo de diabetes e cardiopatias. Por isso, solicitamos exames laboratoriais, raios X, ultrassonografia e, se necessário, tomografia.

+ LEIA TAMBÉM: As técnicas e as limitações da harmonização facial

Em etapas

A primeira etapa, em todo o processo, é melhorar a flacidez da pele. O procedimento é feito com o uso de bioestimulação de colágeno, hidroxiapatita de cálcio ou ácido polilático e outros materiais, e visa melhorar a estrutura dérmica.

Para a mulher trans, são feitas alterações nas estruturas anatômicas da região do maxilar, com as quais se busca o “efeito blush”, que é aquele vinco no rosto, entre a maçã e o queixo. Para isso, redesenhamos toda a linha do malar e a deixamos mais acentuada.

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Outra técnica para acentuar essa linha é a bichectomia, um procedimento que remove parte da linha de gordura da face, a chamada bola de Bichat. Assim, a parte do malar e da maçã do rosto fica mais proeminente e cria-se o traço desejado.

Ainda é possível sugerir o preenchimento dos lábios com ácido hialurônico para ressaltar os arcos e deixar o contorno mais eminente e feminino.

Outro procedimento comum é o lip lifting, que remove uma pequena porção da borda da pele do nariz. Com isso, o lábio superior fica com um contorno mais acentuado. E ainda é possível aplicar a toxina botulínica para arquear as sobrancelhas, algo que também pode ser feito com a técnica baseada em fios fox eyes, que é reabsorvível.

No homem trans, desenhamos a linha que fica na região do queixo e da mandíbula com o objetivo de deixar a área mais proeminente, um traço reconhecidamente masculino.

+ ASSISTA: Pele de tilápia é usada em cirurgias para mulheres trans

O planejamento

É importante pontuar que a harmonização orofacial associa produtos e métodos para atingir o resultado esperado. Dependendo da demanda e do planejamento, é possível fazer tudo em um mesmo dia. Porém, orientamos que cada intervenção ocorra no seu tempo e respeitando as etapas.

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Os resultados, geralmente, são imediatos. Vale ressaltar que o paciente deve retornar dentro do período determinado pelo cirurgião-dentista para uma avaliação. Além disso, recomendamos a todos os pacientes que buscam alterar as feições devido ao gênero que também passem por um médico e psicólogo antes dos procedimentos. Isso vai ajudá-lo a ter ciência das mudanças previstas.

Uma das vantagens da harmonização orofacial é que a maior parte dos procedimentos tem efeito reversível ou temporário, e não permanentes como em cirurgias plásticas, permitindo que façamos ajustes e reajustes de acordo com os critérios técnicos e os desejos do paciente.

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* Caio Rezende é cirurgião-dentista, mestre em Ciências da Saúde e especialista em Harmonização Orofacial, Periodontia e Endodontia. É professor responsável pelo curso de pós-graduação do Instituto Nacional de Reabilitação Orofacial (INRO) e docente da New York University (NYU)

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