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Eleições: o que o combate ao câncer tem a ver com política?

Com a eleição dos novos governantes nas cidades, surge também a oportunidade de acompanharmos as ações contra esse problema de saúde pública

Por Alexandre Ben Rodrigues, da Femama*
26 out 2024, 07h00
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Combate ao câncer também passa pela política (Ilustração: Veja Saúde/Veja Saúde)
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No debate sobre a saúde pública no Brasil, há muito tempo tentamos compreender se nossas falhas são reflexo da falta de recursos ou de gestão. Entre os desafios que crescem de forma progressiva nos últimos anos, exigindo medidas urgentes, está o câncer.

Segundo o Observatório de Oncologia, entre 1996 e 2020, as mortes por tumores cresceram 122%, enquanto as mortes por doenças cardiovasculares subiram 43%. Isso significa que, se continuarmos neste ritmo, o câncer deverá ser a principal causa de óbito no País entre 2029 e 2030, ultrapassando as doenças cardiovasculares.

Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que são esperados cerca de 704 mil novos casos de câncer por ano no Brasil, até 2025. Destes, cerca de 74 mil referem-se ao câncer de mama.

Ao analisarmos as necessidades estratégicas para o controle da doença em uma perspectiva de saúde pública, percebemos que tanto a disponibilização de recursos como a gestão informada e eficaz são fundamentais.

É preciso encontrar um equilíbrio entre os dois. Recursos aplicados em um município, por exemplo, mesmo que em abundância, não solucionam por si só o problema do câncer se a administração pública não estiver suficientemente instrumentalizada para criar estratégias multifatoriais e complexas, que exigem a conciliação de recursos tecnológicos com iniciativas de oportunidade.

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Ao mesmo tempo, uma gestão informada e capacitada não consegue oferecer saídas eficazes sem disponibilizar mais recursos para a saúde. O envelhecimento da população e a própria complexidade da doença fazem com investimentos em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias em saúde sejam impreteríveis.

As barreiras enfrentadas pelos pacientes brasileiros nos mostram isso na prática. Portanto, não podemos nos eximir de nossa responsabilidade cidadã de acompanhar os gestores públicos e avaliá-los sobre esse viés, buscando compreender em que medida estão comprometidos e oferecem soluções que englobem tanto gestão quanto recursos.

Em um momento crucial para a saúde pública brasileira e em razão das eleições municipais, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) se uniu às principais organizações da sociedade civil neste segmento para atuar na Coalizão Cidades no Controle do Câncer.

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Juntas, capacitamos mais de 85 organizações locais de todo o país para sensibilizar candidaturas às prefeituras e câmaras municipais do Brasil sobre a importância da pauta oncológica.

As organizações foram encorajadas a solicitar a assinatura de candidatos de suas regiões em uma carta-compromisso para inclusão do tema em seus programas de governo. Mais de 370 cartas-compromisso foram assinadas até o primeiro turno.

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Com a recente eleição dos novos governantes nas cidades, surge também a oportunidade de acompanharmos as ações em saúde pública, especialmente no que diz respeito ao câncer, mesmo dos gestores eleitos que não lograram o documento.

O olhar atento e a participação da população são cruciais para garantir que promessas de campanha se tornem realidade, que compromissos sejam transformados em ações concretas e que políticas públicas mais eficazes sejam implementadas. Com informação, mobilização e engajamento, podemos fazer a diferença.

Não podemos desconsiderar, também, que uma compreensão plena de todas as dimensões envolvidas no desenvolvimento de soluções para os problemas de saúde pública do nosso país exige uma alta capacidade técnica e científica. Nesse sentido, é até compreensível que não tenhamos muitos gestores preparados para considerá-las.

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Por isso, cabe a sociedade se fazer próxima, reivindicar espaços para apresentar diferentes perspectivas. E cabe aos novos gestores acompanhar trabalhos de referência no âmbito da saúde e abrir canais de diálogo com a sociedade civil organizada por meio de entidades como a Femama, associações de pacientes e até mesmo think tanks, que oferecem subsídios para enriquecer esse debate com os recursos e expertise necessários.

Os desafios da saúde pública estão postos e ganhando complexidade com o passar dos anos. Precisamos estreitar as relações entre poder público e sociedade, fortalecendo cada vez mais essa rede de cooperação técnica preparada para apoiar a criação de soluções custo efetivas, bem informadas e que representem a população diretamente impactada por elas.

Ou seja, a mudança começa com a conscientização do nosso papel individual e coletivo. E pela mobilização de cada um de nós.

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