A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um desafio crescente no campo da saúde respiratória. Ela abrange condições como bronquite crônica e enfisema pulmonar, que causam falta de ar, tosse persistente e chiado no peito.
Diante destas situações debilitantes, o tratamento vai além do alívio dos sintomas: foca em melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente e permitir que os pacientes retomem atividades cotidianas simples, como passear ou ir ao mercado.
A redução da falta de ar é um dos principais objetivos das terapias disponíveis, melhorando a capacidade física e proporcionando uma sensação de normalidade e independência.
Além disso, as estratégias diminuem o risco de exacerbações — as crises que podem agravar significativamente a DPOC. A intensificação destes episódios não só piora a condição clínica do paciente como também aumenta o risco de mortalidade.
O controle eficaz da DPOC envolve o uso de medicamentos, mas uma medida fundamental para uma evolução positiva do quadro é parar de fumar. O tabagismo é principal causa da doença, que também pode ser provocada pela inalação de outros produtos nocivos e por fatores como asma mal controlada, bronquiolites e infecções de repetição na infância.
A prática regular de exercícios físicos, a vacinação contra gripe e pneumonia, e, em alguns casos, a reabilitação pulmonar – que aumenta capacidade respiratória e funcional –, também são estratégias que devem ser adotadas na abordagem da DPOC.
Uma informação importante é que os efeitos do tratamento para doença podem ser notados rapidamente. Em apenas cinco dias, os pacientes já experimentam uma melhoria significativa nos sintomas e na qualidade de vida, com notável diferença no fôlego.
Vale destacar que o tratamento adequado para DPOC não se limita a uma abordagem única, mas a um conjunto de ações integradas que visam proporcionar uma vida mais plena e saudável para os pacientes.
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Acesso a novos medicamentos
No Brasil, 7 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença, responsável por aproximadamente 45 mil óbitos todos os anos no país, sendo uma das principais causas de morte no Brasil e a terceira no mundo.
Parar de fumar, usar corretamente os medicamentos prescritos e adotar um estilo de vida mais ativo são passos essenciais. A luta contra a DPOC é contínua, mas com o tratamento adequado, é possível viver melhor e com mais qualidade.
Neste contexto, a garantia de acesso a tratamentos inovadores pode mudar a jornada de centenas de milhares de brasileiros que convivem com a doença.
Recentemente, foi realizada uma Consulta Pública para ouvir a população sobre a inclusão de novos tratamentos para DPOC no Sistema Único de Saúde (SUS). A participação popular se mostra fundamental para a tomada de decisões que terão impacto direto em sua vida.
Esperamos que a voz da sociedade seja cada vez mais ouvida nestes processos de inclusão de novas tecnologias e medicamentos na saúde pública.
*José Roberto Megda Filho é pneumologista e diretor da ABRA; Carolina Cohen é cofundadora da Colabore com o Futuro e especialista em Comunicação de causas