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DEHC: avanços e esperanças contra essa complicação pós-transplante

A doença do enxerto contra o hospedeiro surge depois do transplante de células-tronco hematopoéticas, empregado contra leucemias, linfomas e mileomas

Por Celso Arrais, hematologista*
14 Maio 2025, 16h37
hemofilia
Transplante de células-tronco hematopoiéticas é um dos tratamentos contra cânceres hematológicos (Foto: ANIRUDH/Unsplash/Divulgação)
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A doença do enxerto Contra o hospedeiro (DECH) é uma complicação grave que pode ocorrer após o transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas (TCTH), utilizado no tratamento de cânceres que acometem o sangue (como leucemias, linfomas e mielomas).

Apesar de ser uma doença ainda pouco conhecida na sociedade, sua relevância na vida dos pacientes é imensa, exigindo atenção contínua. É fundamental explorar os avanços e as perspectivas de esperança no enfrentamento dessa condição tão significativa.

A DECH representa mais uma etapa desafiadora na trajetória do paciente transplantado. Muitas vezes, ela surge após uma longa e árdua jornada para tratar um câncer hematológico, que termina com o sucesso do transplante.

No entanto, com o aparecimento dos sintomas da DECH, inicia-se um novo desafio, cuja gravidade e intensidade podem variar, exigindo um cuidado atento e personalizado para enfrentar essa fase com esperança e resiliência.

+Leia também: Linfoma: depois de perder a esperança, uma nova chance de viver

A doença pode ter impacto importante no comprometimento da saúde do paciente após o TCTH. No Brasil, a incidência da condição é significativa, especialmente com o aumento do número de transplantes realizados anualmente.

Globalmente, a DECH também representa um desafio importante, com taxas de incidência variando entre 30% e 70% dos pacientes transplantados. A complexidade da doença e a variabilidade de suas manifestações clínicas exigem abordagens inovadoras e personalizadas para um manejo eficaz.

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Sintomas da DECH

A DECH pode ser classificada em aguda e crônica, cada uma com diferentes manifestações clínicas. A forma aguda se manifesta nas primeiras semanas ou meses após o transplante, afetando principalmente a pele, o fígado e o trato gastrointestinal.

Já a DECH crônica pode surgir meses ou até anos após o transplante, apresentando sintomas semelhantes aos de reumatismos ou doenças autoimunes, como ressecamento ocular, oral e genital, lesões de pele, queda de cabelo, imunossupressão e inflamações pulmonares.

Tratamento

Ele varia conforme a apresentação clínica e a gravidade da doença. Casos leves podem ser tratados com corticosteroides ou imunossupressores tópicos, enquanto casos moderados a graves exigem imunossupressão sistêmica com corticosteroides e outros agentes imunomoduladores.

Para casos refratários, terapias inovadoras, conhecidas como drogas-alvo, têm demonstrado maior eficiência e menos efeitos colaterais.

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Diagnosticar a DECH precocemente é essencial, pois a rápida identificação dos sintomas permite intervenções terapêuticas mais eficientes, reduzindo a gravidade das complicações e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Exames clínicos e laboratoriais, incluindo biópsias, são cruciais para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.

Avanços e esperança

O progresso contínuo na pesquisa e desenvolvimento de novos tratamentos para esta doença é vital. A inovação em terapias imunomoduladoras e drogas-alvo tem mostrado promessas significativas, oferecendo novas esperanças para aqueles que não respondem aos tratamentos convencionais.

Além disso, a colaboração internacional e os estudos clínicos são fundamentais para avançar no conhecimento e nas práticas de tratamento da DECH.

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A DECH continua sendo um desafio para muitos pacientes que já estão em estados muitas vezes fragilizados. No entanto, com o diagnóstico precoce, tratamentos inovadores e o progresso contínuo na pesquisa, é possível lidar com os impactos da doença.

A dedicação à inovação e ao aprimoramento constante das práticas médicas é fundamental para enfrentar essa condição complexa e melhorar os resultados clínicos.

*Celso Arrais é médico hematologista, professor adjunto de hematologia e hemoterapia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coordenador do Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital Nove de Julho e da Rede DASA e membro da diretoria da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH)

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