Entre tantas doenças que atingem a população brasileira, quero chamar a atenção para duas classes delas, ambas beneficiadas com a expansão dos medicamentos biossimilares no país. Para quem não sabe, biossimilares são fármacos biológicos altamente semelhantes às medicações de referência e desenvolvidos com a mesma complexidade e finalidade das moléculas originais.
O primeiro grupo é o das enfermidades reumáticas, que comporta mais de 120 males que podem acometer as juntas, os ossos, as cartilagens, os músculos, além de ter repercussões na pele e em outras regiões do corpo. É o caso da artrite reumatoide, por exemplo. Seu tratamento tem causado um forte impacto no sistema de saúde brasileiro.
Avaliando um levantamento do Datasus, do período fechado entre setembro de 2019 e agosto de 2020, mais de 100 pessoas foram diariamente internadas em hospitais ligados à rede pública com sinais e sintomas compatíveis com alguma dessas doenças.
O outro grupo é o das doenças inflamatórias intestinais (DII), que compreendem principalmente a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), a prevalência das DII no país pode variar entre 12 e 55 casos para cada 100 mil habitantes, dependendo da região e do estudo epidemiológico.
Tanto essas condições como as doenças autoimunes reumatológicas são importantes em termos de abrangência e no que diz respeito ao impacto na qualidade de vida dos pacientes. E, entre os tratamentos disponíveis para o seu controle hoje, contamos com os biossimilares.
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Eles são uma alternativa econômica que amplia o acesso à população, uma vez que propiciam uma redução de preço que pode chegar a 50% na comparação com os produtos de referência.
O Brasil conta atualmente com mais de 30 medicamentos biossimilares registrados e aprovados na Anvisa. A adoção desses fármacos vem demonstrando uma efetiva economia de recursos, que permite não só a manutenção de tratamentos como investimentos em outras frentes, tanto no âmbito público quanto no privado.
Os biossimilares são fruto de uma tecnologia eficaz, respeitam todos os padrões de pesquisa e segurança e se mostram mais acessíveis ao controle de doenças em nível global. No Brasil, já temos percebido um grande aumento no volume de negociações desses produtos junto às operadoras de saúde verticalizadas e a órgãos municipais, estaduais e federais.
O sistema está entendendo que essa é uma matemática positiva para todas as partes envolvidas. Sobretudo para o cidadão que depende do maior acesso ao tratamento.
* Michel Batista é farmacêutico e gerente sênior de Negócios da Celltrion Healthcare no Brasil