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AVC: quando o tempo é precioso

Diante de um acidente vascular cerebral, cada minuto faz a diferença. Neurologistas falam dos sintomas do problema e como é o atendimento ideal

Por Letícia Rebello e Victor Gadelha, neurologistas*
7 nov 2022, 08h55

Paradoxalmente, em um episódio de acidente vascular cerebral, o AVC, o tempo é, ao mesmo tempo, nocivo e aliado. Nocivo porque, desde o início dos sintomas, as perdas no tecido cerebral (neurônios e outras estruturas) vão aumentando a cada segundo. Por outro lado, quanto mais rápida a intervenção médica, maiores as chances de o desfecho clínico ser bastante favorável, inclusive sem sequelas. Portanto, o tempo é realmente precioso e demanda especial atenção em casos de AVC.

É fundamental que se esclareça que o AVC tem tratamento. Felizmente, desde a década de 1990, diversos tratamentos vêm sendo aplicados com bastante sucesso, salvando milhares de vidas desde então. Antes dessas terapias, lamentavelmente o AVC (ou derrame, como era conhecido) era uma condição clínica de difícil manejo, causando inúmeros óbitos e sequelas.

Hoje em dia, entretanto, medicamentos ou técnicas semelhantes ao cateterismo (talvez mais familiar à maioria da população) são capazes de remover o coágulo que está causando o AVC isquêmico, que é o tipo mais prevalente, representando cerca de 85% dos casos. O outro tipo, o AVC hemorrágico, ocorre em 15% dos casos – e tem protocolo de tratamento diferente.

Mas, diante de qualquer um dos dois tipos, o tempo para o início do atendimento é a régua que irá definir o sucesso da intervenção.

De modo geral, o paciente admitido no hospital nas primeiras 6 horas desde o início dos sintomas possui mais chance de ser submetido ao tratamento, reduzindo, assim, o risco de morte e até de sequelas.

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Percebendo os sintomas

Eles começam de forma súbita, de uma hora para a outra. Por isso, saber identificá-los é primordial. Alguns exemplos:

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  • Alterações visuais em um ou nos dois olhos, ou mesmo na metade de cada olho;
  • Perda de força e/ou dormência de um lado do corpo;
  • Dificuldade para falar ou entender o que está sendo falado;
  • E/ou dor de cabeça de forte intensidade, sem melhora com medicamentos, diferente do padrão de quadros anteriores

Diante desses sinais, a pessoa deve ser levada para um hospital capacitado no atendimento do AVC, para que seja avaliado por equipe especializada.

O diagnóstico preciso é feito através de uma avaliação clínica, porém, é mandatória a realização de exame de imagem para que se possa diferenciar os dois tipos de AVC: isquêmico e hemorrágico. Nesse contexto, o papel do neurologista é um importante diferencial para orientar a conduta adequada para cada cenário.

+ Leia também: Pacientes conquistam placar positivo na luta contra o AVC

Barreiras no atendimento

A realidade, em todo o mundo, é a escassa presença dos neurologistas nos serviços de saúde. Projetos como o Telestroke, implementados na rede de hospitais da Dasa, visam suprir a limitação desses profissionais nos serviços, ofertando a sua expertise para auxiliar o responsável médico, não especialista, que está avaliando o paciente.

O serviço, disponível 24h, todos os dias, garante rapidez e assertividade na conduta médica através de ferramenta de integração de equipe de neurologia remotamente com acesso visual ao paciente por vídeo e com integração simultânea de exames de imagem com o hospital que atende o indivíduo.

O tempo médio de prontidão – ou seja, o intervalo entre o acionamento do especialista e a sua resposta – vem se mantendo abaixo dos cinco minutos, o que representa um potencial impacto relevante da redução de tempo de tratamento. Mais de 200 pacientes já foram beneficiados pelo Telestroke em seis hospitais da rede Dasa neste ano. Até o final de 2022, mais três hospitais vão contar com o sistema.

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Prevenção é o melhor caminho

A despeito dos avanços da medicina, da indústria farmacêutica e das terapias complementares, importantes para o momento pós-alta dos pacientes, o AVC ainda é uma das principais causas de morte no país.

Desde o início do ano até 13 de outubro, 87 518 brasileiros morreram vítimas do AVC, de acordo com dados do portal de Transparência do Registro Civil, mantido pela ARPEN Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais). O número equivale à média de 12 óbitos por hora, ou 307 vítimas fatais por dia.

Além de ampliar serviços como o Telestroke e capacitar o maior número possível de profissionais de saúde para o atendimento adequado dos casos, é imprescindível que todos sejam informados sobre os principais meios para a prevenção – sempre a melhor escolha em saúde. Até porque a estimativa é de que 90% dos casos de AVC podem ser evitados. O segredo para isso é controlar os principais fatores de risco: a hipertensão, o diabetes, o tabagismo, o colesterol alto, a obesidade, o sedentarismo e as arritmias cardíacas.

O tempo é um grande aliado para o tratamento do AVC quando ele está em curso, mas também pode ser aliado na prevenção. Usemos nosso valioso tempo para nos cuidar!

*Letícia Rebello é neurologista, Head de Neurologia na Dasa e vice-presidente da Sociedade Brasileira de AVC., e Victor Gadelha é neurologista e Head de Inovação Médica em Hospitais na Dasa.

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