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Aumento peniano e procedimentos de estética genital: o que é seguro fazer?

Médico explica em que contexto cirurgias no pênis ou na bolsa escrotal são recomendadas − e o que os estudos e as entidades médicas contraindicam

Por Ubirajara Barroso Jr, urologista*
12 Maio 2022, 10h17

Desde que o cantor Tiago Silva, da dupla sertaneja Hugo e Tiago, fez uma cirurgia de aumento peniano, o que não é indicado a quem tem o órgão de tamanho normal − em média, 9 cm em estado flácido −, a estética genital masculina começou a gerar ainda mais interesse entre os homens. Seria possível e seguro fazer algo na genitália para melhorar a autoestima?

A cirurgia genital masculina não é apenas estética. Você sabia que, com o passar da idade, a bolsa onde estão os testículos pode ficar flácida, aumentar de tamanho e até mesmo gerar assaduras entre as pernas, ou mesmo dor ao andar ou quando se fica sentado?

Algumas doenças também podem gerar incômodos físicos e visuais na região, como é o caso da hidrocele e da varicocele. O escroto aumentado ou baixo pode causar desconforto por estar comprimido entre a raiz das coxas − os testículos são muito inervados − e abalar o estado psicológico, fazendo homens evitarem relações sexuais por inibição ao se despir e até mesmo dor.

Para corrigir esses problemas, existe uma cirurgia no escroto chamada escrotoplastia. Ela envolve a elevação, o rebaixamento ou a redução da bolsa testicular a fim de trazer a adequação estética e funcional da genitália dependendo da anatomia individual.

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A cirurgia também pode ser realizada em pacientes que foram submetidos à operação de fimose e que, com o corte da pele, ficaram com a bolsa escrotal mais elevada, deixando o pênis com a aparência menor ou para aqueles que desenvolvem assaduras na região.

Ou é feita, ainda, em homens com uma alteração congênita mais conhecida popularmente como pescoço de peru, quando o escroto vai até a metade do pênis e o encobre significativamente.

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Ao fixarmos novamente a bolsa testicular na base do pênis, o resultado estético traz a aparência de um pênis mais alongado em razão da correção da posição do escroto. É possível associar a cirurgia a uma lipoaspiração ou retirada cirúrgica da gordura do púbis, o que poderia também estar escondendo o órgão masculino devido ao excesso de gordura.

O procedimento no escroto é realizado com anestesia local e o paciente sedado, dura cerca de 20 a 30 minutos e os pontos são absorvíveis. Passados os efeitos da sedação, o indivíduo pode receber alta no mesmo dia, devendo evitar atividades físicas por uma semana.

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As cirurgias no escroto não visam ao aumento peniano. Aliás, tal prática não é recomendada pelas sociedades médicas de urologia. A escrotoplastia busca devolver a autoestima do homem, o alívio dos sintomas e a funcionalidade do órgão sexual.

Pensando no alongamento ou aumento peniano em si, as entidades médicas proíbem procedimentos para quem tem genitália sem alterações anatômicas ou funcionais. Isso porque não existem estudos comprovando o benefício da operação nesse contexto, fora o risco de tais intervenções gerarem deformidades quando mal indicadas.

Recomendo, portanto, cuidado com o que você vê e lê por aí, principalmente na internet.

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A correção do tamanho do pênis é indicada apenas para homens com micropênis, pênis amputado e pênis embutido − quando o órgão está embutido na gordura do púbis e no escroto; em casos extremos, ele fica quase invisível se não estiver ereto. A reconstrução genital nesses casos é possível e eficaz.

Nessas circunstâncias, nossa equipe da Universidade Federal da Bahia (UFBA) desenvolveu um procedimento conhecido como TCM (de Total Corporal Mobilization, ou mobilização total dos corpos cavernosos). Um dos estudos com esse método foi aceito para publicação no International Brazilian Journal of Urology.

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Nesse procedimento, mobilizamos os corpos cavernosos, que são os dois cilindros eréteis do pênis, para que eles ganhem de duas a três vezes a dimensão em relação ao tamanho original. O trabalho com a técnica já foi apresentado em congressos nacionais e internacionais. A exemplo de outros métodos, o TCM tem indicações amparadas em critérios médicos.

Em conclusão, gostaria de alertar e orientar os homens que buscam o aumento peniano que não há base científica para realizar isso se o órgão já tem tamanho normal, sem falar nos riscos da cirurgia. Sim, é possível melhorar a estética genital, mas sem apelar a intervenções invasivas com aplicações específicas.

* Ubirajara Barroso Jr. é urologista, professor e coordenador da Disciplina de Urologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), docente da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, chefe da Unidade do Sistema Urinário do Hospital Universitário Professor Edgard Santos da UFBA e diretor da Escola Superior de Urologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)

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