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As mulheres vivem mais porque os homens ainda têm medo de médico?

No Dia de Combate ao Câncer de Próstata, presidente da SBU expõe as principais ameaças à saúde masculina e como se blindar delas

Por Alfredo Félix Canalini, urologista*
17 nov 2022, 10h00

Começo com uma questão provocativa, mesmo que pouco correta em relação àquilo que chamamos de medo. Todos nós tememos receber uma má notícia, como o diagnóstico de uma doença indesejada. Mas o fato é que as mulheres enfrentam isso de uma maneira mais adequada, e esse é um dos motivos pelos quais elas têm uma expectativa de vida entre sete e oito anos maior do que a dos homens.

Os exames preventivos tornam possível o diagnóstico precoce de várias doenças, como o câncer de mama e o de colo de útero, facilitando o tratamento e, muitas vezes, tornando viável a cura.

A baixa procura dos homens por atendimentos rotineiros preventivos envolve vários fatores. O medo e o preconceito são frequentemente citados, porém a falta de hábito tem um considerável papel na pouca atenção que eles dão à saúde.

Se por um lado as meninas costumam ser levadas ao médico assim que entram na puberdade, o mesmo não acontece com os meninos. Essa realidade pode ser comprovada pelos dados do Sistema de Informação Ambulatorial do Ministério da Saúde: o número de atendimentos de adolescentes meninos de 12 a 18 anos por urologistas é 18 vezes menor que o de atendimentos de meninas por ginecologistas.

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Em 2003, na Austrália, um grupo de homens resolveu fazer uma campanha para alertar sobre os cuidados com a saúde masculina, em especial o câncer de próstata. A mesma ação, ainda abrangendo o câncer de testículo e a depressão, ficou conhecida como Movember (moustache + november) e, replicada em outros países, ganhou o nome de Novembro Azul.

+ LEIA TAMBÉM: O que saber para prevenir o câncer de testículo

Falamos especialmente aqui do combate ao câncer de próstata, enfatizando as vantagens do diagnóstico precoce dessa doença, numa fase na qual os sintomas ainda não surgiram, o que aumenta muito a possibilidade de cura com o tratamento adequado.

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A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) abraçou a causa, inclusive porque já vinha tratando do tema nesse mês, visto que o dia 17 de novembro é a data de conscientização sobre o problema.

Com o passar do tempo, percebemos que outros aspectos da saúde demandavam campanhas de esclarecimento junto à população, caso do câncer de pênis, com significativa prevalência no país. Isso deu origem a ações mais abrangentes, incluindo mutirões de atendimento médico com o apoio do Ministério da Saúde e dos municípios com maior número de casos.

Atualmente, trabalhamos para informar e inspirar a população masculina a cuidar-se mais através de campanhas que ocorrem ao longo de todo ano, englobando a saúde do adolescente, a vacinação contra o HPV, o sexo seguro, o uso perigoso de anabolizantes para fins estéticos e doenças da próstata e do sistema urinário mais comuns com o avançar da idade.

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Em relação à próstata, alertamos aos homens acima dos 45 anos a respeito do crescimento benigno da glândula, algo que ocorre na maioria dos pacientes, mas somente 40% deles terão dificuldade para controlar a urina em razão do problema, chamado hiperplasia benigna da próstata.

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Outra doença importante, e mais ameaçadora, é o câncer de próstata, segunda maior causa de morte por câncer no homem. O diagnóstico precoce, feito pelo toque retal e a dosagem de PSA no sangue, permite realizar tratamentos menos drásticos e com maiores chances de cura.

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Esse cuidado deve ser tomado principalmente nos homens que correm maior risco de desenvolver esse tumor: aqueles da raça negra, com histórico de familiares próximos que tiveram a doença ou com obesidade significativa (IMC acima de 35). Nesses grupos específicos, a SBU recomenda que os exames sejam feitos a partir dos 45 anos. Nos demais, podem ocorrer a partir dos 50, a critério médico.

+ LEIA TAMBÉM: Novas fronteiras no tratamento do câncer

Por último, e não menos importante, temos cada vez mais falado sobre as alterações e prejuízos à saúde sexual, o que abrange tanto a disfunção erétil como déficits hormonais associados ao envelhecimento. Ambas as condições se confundem e se sobrepõem na linha do tempo. Mas vale saber que, bem indicada, a reposição hormonal nessa idade traz benefícios, ao contrário do que ocorre para fins estéticos na juventude.

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Da mesma forma, problemas de ereção merecem ser avaliados cuidadosamente, e a automedicação, evitada. Isso porque sabemos que homens com disfunção sexual não raro apresentam outras doenças crônicas silenciosas, como hipertensão, diabetes e colesterol elevado.

Exames de sangue simples auxiliam a checar a presença dessas alterações, que aumentam o risco de doenças nos rins e no coração, sobretudo quando o indivíduo fuma ou tem obesidade.

Todos sabem, mas não custa lembrar: ter uma alimentação equilibrada, fazer atividade física regular, evitar o tabagismo e as bebidas alcoólicas e realizar exames médicos periódicos são o caminho para uma vida e um envelhecimento saudáveis. E, como destaca a mensagem da campanha Novembro Azul da SBU deste ano, “saúde também é papo de homem”.

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* Alfredo Félix Canalini é presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)

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