Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Com a Palavra Por Blog Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

As inovações no tratamento de um câncer em crianças e adolescentes

No mês de conscientização sobre o câncer infantojuvenil, médico conta os avanços recentes no combate a um tumor do sistema nervoso

Por Vicente Odone Filho, onco-hematologista pediátrico*
10 set 2021, 10h07
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Com o intuito de conscientizar e alertar a população sobre os sinais e sintomas do câncer em crianças e adolescentes, foi criado o Setembro Dourado, um movimento que levanta a bandeira da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento especializado desse grupo de doenças.

    Publicidade

    Apesar de o número total de casos de câncer infantojuvenil ser relativamente pequeno, particularmente em comparação com outras moléstias típicas da idade pediátrica, as doenças incluídas na definição genérica de câncer representam uma causa importante de mortalidade nessa faixa etária.

    Publicidade

    Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), elas correspondem à primeira causa de morte (7% do total) entre pré-escolares e adolescentes, excluídas as mortes secundárias a acidentes e violência. O índice de mortalidade é bastante elevado em situações de estágio avançado, o que reforça a necessidade e o valor do diagnóstico precoce. A projeção para 2021 é de aproximadamente 8 500 casos novos no país.

    Os tumores do sistema nervoso simpático, tipicamente representados pelos neuroblastomas, são responsáveis por cerca de 8% de todos os cânceres em menores de 15 anos. A maioria ocorre em crianças abaixo dos 3 anos, sendo o tumor mais frequentemente encontrado nos primeiros meses de vida. A manifestação abaixo dos 18 meses normalmente está relacionada a quadros mais favoráveis do ponto de vista do tratamento. Já as formas que incidem em crianças de maior idade costumam ser, infelizmente, mais agressivas.

    Publicidade

    LEIA TAMBÉM: As boas notícias do maior congresso sobre câncer do mundo

    O tumor nasce a partir das células nervosas simpáticas distribuídas por todo o organismo, a maioria ao redor da linha média do corpo, com maior frequência no abdômen, especialmente na parte interna das glândulas adrenais. Procurar entender biologicamente a doença é fundamental para que novas modalidades de tratamento possam enriquecer o arsenal terapêutico, permitindo superar os limitados resultados convencionais.

    Publicidade

    Nesse processo, a quimioterapia, a radioterapia e a cirurgia ainda possuem um papel relevante. Todavia, o emprego de recursos de natureza imunológica é crescente, como as vacinas de células dendríticas, extremamente exploradas no Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci). Elas fazem com que o sistema imunológico reconheça as células tumorais e viabilizem seu combate com os próprios recursos de defesa do organismo.

    Outra iniciativa é o tratamento com células-tronco autólogas, obtidas do próprio paciente, e que, por meio de expedientes feitos em laboratório, visa eliminar células doentes que ainda persistem entre as células-tronco recolhidas. Estudos com esse método são desenvolvidos cooperativamente com o Instituto de Ciências Biomédicas da USP e o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).

    Publicidade

    Em termos mundiais, a maior expectativa reside na utilização dos chamados anticorpos anti-GD2, elementos encontrados nas células do neuroblastoma. No Brasil, o acesso a essa terapia ainda é restrito pelo elevadíssimo custo, apesar da liberação inicial pela Anvisa já haver ocorrido.

    Continua após a publicidade

    Os conhecimentos adquiridos no combate ao câncer não se restringem a uma ou algumas moléstias que são alvos dos estudos. O alcance é muitíssimo mais amplo. As pesquisas nos oferecem um horizonte ilimitado de esperança e ação. E o futuro próximo materializará diversas novas possibilidades que ainda hoje são apenas objeto de expectativa. Mas uma expectativa e tanto!

    Publicidade

    * Vicente Odone Filho é onco-hematologista pediátrico, coordenador clínico do Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (ITACI) e médico do Hospital Israelita Albert Einstein, ambos em São Paulo

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.