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Aliada inesperada: tratamento usa própria bactéria da acne contra a doença

Pesquisadores modificam geneticamente o principal micro-organismo envolvido na acne para reduzir a oleosidade da pele, o que ajudaria a controlar o quadro

Por Paola Pomerantzeff, dermatologista*
8 fev 2024, 08h45
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  • Em estudo publicado na revista Nature, pesquisadores relataram o desenvolvimento de um possível novo tratamento para acne que utiliza uma versão modificada da bactéria Cutibacterium acnes (C. acnes), também chamada de Propionibacterium acnes (P. acnes).

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    Principal agente envolvido no desenvolvimento da acne, a C. acnes é naturalmente encontrada na microbiota da pele. Ela consome o sebo produzido pelas glândulas sebáceas.

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    Até por isso, em situações de oleosidade exacerbada, essas bactérias se multiplicam, causando um desequilíbrio na pele e levando à inflamação e ao aparecimento de espinhas.

    Atualmente, o tratamento de casos severos da acne é realizado por meio da prescrição de antibióticos, que atacam essas bactérias, ou isotretinoína, que reduz as glândulas sebáceas e, consequentemente, a produção de sebo. Mas ambas as opções têm efeitos colaterais importantes, o que faz com que esses casos mais graves sejam desafiadores ainda hoje.

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    + Leia também: Luzes contra a acne: o uso de lasers no tratamento

    A nova abordagem proposta pelos pesquisadores surge como uma possível alternativa para o tratamento desses casos severos. Isso porque a versão geneticamente modificada da C. acnes produz a proteína NGAL, que também tem seus níveis aumentados na pele pela isotretinoína.

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    Dessa forma, o tratamento com a bactéria atuaria de maneira semelhante ao medicamento, controlando a produção de sebo ao reduzir as glândulas sebáceas.

    Testes em camundongos foram bem-sucedidos e a bactéria, ao ser aplicada na pele, conseguiu se multiplicar e fabricar essa proteína. Mas a pele de camundongos e humanos têm diferenças importantes, então mais testes são necessários.

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    + Leia também: Acne não tem idade

    Ainda assim, os pesquisadores estão otimistas quanto ao uso em humanos no futuro, principalmente porque as modificações realizadas na bactéria foram feitas de modo a manter sua segurança.

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    Outro destaque do estudo está na modificação do genoma da C. acnes, antes considerada uma bactéria intratável, para que produzisse o que era necessário para o controle da acne.

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    Isso pode ter implicações importantes para o tratamento de outras doenças ao possibilitar a edição genética de bactérias antes consideradas não tratáveis. Os pesquisadores, por exemplo, agora estudam a possibilidade de editar a C. acnes para ser usada no tratamento da dermatite atópica.

    *Paola Pomerantzeff é dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

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