Hoje em dia, existe uma grande preocupação com a segurança dos dados em diversas áreas. Uma das que mais gera inquietações é a saúde, já que lida com informações sensíveis.
Assim, um ataque cibernético pode significar risco de vida. Entre esses dados, estão diagnósticos médicos assim como tratamentos prescritos (por exemplo, doses de medicamentos).
Ambientes hospitalares costumam ter processos que garantem essa proteção. No tratamento domiciliar, é necessário ter a mesma precaução não só com a geração de dados de sensores e outros dispositivos, mas também com a transmissão deles para a instituição de saúde.
O uso de sensores traz diversos benefícios, tanto do ponto de vista da praticidade e conforto para os pacientes quanto em relação aos custos dos operadores de saúde.
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Imagine que um paciente está usando algum acessório imprescindível para o monitoramento de sua saúde ou para realização de um exame. O paciente pode usar sua internet residencial ou mesmo a rede do celular para enviar os dados gerados pelo item.
Porém, pacientes que não estão familiarizados com o uso da tecnologia, (parte significativa da população, não estão cientes dos riscos de segurança envolvidos na coleta e tráfego dessas informações.
Dessa forma, é importante viabilizar um uso seguro da tecnologia em diversos ambientes. O ponto inicial é que mecanismos de segurança, neste contexto, não devem necessitar de procedimentos feitos pelos pacientes, funcionando de forma autônoma.
Diversas pesquisas em Internet das Coisas buscam facilitar a integração e a conexão entre os dispositivos e as redes disponíveis de forma segura.
Assim, quando o paciente chega em casa, seus sensores podem se conectar na sua rede doméstica e se comunicar com a rede do hospital. Tudo isso de forma automática e, de preferência, sem nenhuma intervenção do usuário.
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Mas, como ter certeza de que esta comunicação será feita de forma realmente segura? O primeiro passo é confirmar a identidade do usuário.
Uma das formas de realizar essa identificação é através da assinatura cardíaca, ou seja, pelo monitoramento elétrico do coração. Essa assinatura é única para cada pessoa, assim como as biometrias tradicionais (como, por exemplo, digitais ou íris).
O segundo passo é a transmissão destes dados, a qual precisa evitar que os dados transmitidos sejam visualizados ou modificados. Isso é feito usando criptografia.
Finalmente, temos a questão de como armazenar estes dados de forma não só segura, mas acessível. Uma maneira de fazer isso é através da tecnologia blockchain.
Os dados de saúde têm grande impacto na qualidade do tratamento em saúde. São eles que permitem saber se o paciente está melhorando ou piorando e se um determinado tratamento está sendo eficaz.
E a importância de mecanismos que protejam esses dados está diretamente relacionada com a qualidade de vida dos pacientes.
O uso da computação em saúde evoluiu, mas é preciso que os mesmos avanços sejam acompanhados de desenvolvimento em Segurança Cibernética. Quando estamos falando em saúde, riscos devem ser evitados para a proteção dos pacientes.
*Jéferson Nobre é membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e professor do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)