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A Covid-19 e a terapia intensiva no Brasil

Especialista conta como a pandemia escancarou as lacunas das UTIs brasileiras e, ao mesmo tempo, mostrou a capacidade dos profissionais que atuam nelas

Por Luciano Cesar Azevedo, médico intensivista*
29 Maio 2022, 11h10

A partir de março de 2020, sistemas de saúde do mundo inteiro foram afetados pela avalanche de casos de Covid-19. O Brasil não ficou imune a esse problema. Milhares de brasileiros evoluíram com casos graves da doença e necessitaram de tratamento em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

A terapia intensiva é um ambiente hospitalar e uma especialidade médica recentes. Coincidentemente, o surgimento das modernas UTI é creditado como tendo sido relacionado a outra infecção. Em 1952, a epidemia de poliomielite que devastou Copenhague, na Dinamarca, fez com que estudantes de medicina e outros profissionais de saúde se revezassem na respiração artificial de pacientes.

Estes foram reunidos e tratados em setores hospitalares específicos onde eram monitorados, que se tornaram os embriões das UTI atuais. Por ser recente e frequentemente associada pelo público leigo a um lugar onde os pacientes vão “para morrer”, há muito desconhecimento em relação à UTI e seus profissionais. A pandemia serviu para mostrar à população toda a importância desses especialistas, que trabalham restabelecendo a vida, acolhendo e consolando pacientes graves e seus familiares.

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Segundo dados da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), antes da pandemia o Brasil tinha cerca de 45 mil leitos de UTI. É um dos países com maior número de leitos do mundo.

Infelizmente, esse número é distribuído de forma desigual pelo país. Na maioria dos estados, usuários do SUS têm dificuldade de acessar um leito de UTI, principalmente em comparação com detentores de convênio médico.

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Essa desigualdade se acentuou ainda mais durante a pandemia pelo grande número de casos com necessidade de UTI ao mesmo tempo. Para atender a demanda, os sistemas público e privado abriram cerca de 10 mil novos leitos de UTI nesse período.

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Mas um leito de terapia intensiva é muito mais do que apenas uma cama, um respirador artificial e um monitor de batimentos cardíacos e oxigenação. Por trás do cuidado de um paciente grave, encontra-se uma equipe de profissionais altamente capacitados para realizar um tratamento adequado. A falta desses profissionais treinados é um dos principais problemas da terapia intensiva nacional.

Os dados da AMIB mostram que o Brasil tem cerca de 8 mil médicos certificados pela entidade. O país precisaria ter o dobro.

Se a pandemia escancarou os problemas nas UTI brasileiras, também demonstrou a capacidade de profissionais bem treinados realizarem assistência de qualidade em locais bem equipados . As melhores UTIs brasileiras públicas e privadas têm taxas de mortalidade em Covid-19 semelhantes às do primeiro mundo.

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Enfim, fica a lição para futuras pandemias. O Brasil pode e deve ter uma assistência em terapia intensiva de qualidade, mas isso passa pela formação de mais e melhores profissionais atualmente. Não podemos ser surpreendidos pela próxima pandemia, que uma hora há de chegar.

*Luciano César Azevedo é professor livre-docente da disciplina de Emergências Clínicas da USP, autor do livro Medicina Intensiva Abordagem Prática (Ed. Manole) e médico intensivista do Hospital Sírio-Libanês

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