Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Coisas de Homens Sexo, libido, ereção, prevenção de doenças… O bem-estar dos homens está na mira do urologista João Brunhara, diretor médico da Omens, plataforma que trata da saúde sexual masculina
Continua após publicidade

Por que os jovens têm feito menos sexo?

Em cima de pesquisas e dados recentes, médico examina como a vida mais digital e outros fatores estão repercutindo na sexualidade da nova geração

Por João Brunhara, urologista*
Atualizado em 11 out 2022, 15h04 - Publicado em 8 abr 2021, 10h29
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O senso comum diria que os jovens são as pessoas mais sexualmente ativas da sociedade. Mas será que é verdade? Estudos recentes mostram que eles têm feito cada vez menos sexo — principalmente os homens.

    Publicidade

    Pesquisadores estudaram a frequência de relações sexuais nos Estados Unidos de 2000 a 2018 entre adultos de diversas idades. Para surpresa deles (e a nossa), 30% dos homens de 18 a 24 anos não haviam tido nenhuma relação no último ano — 20 anos atrás, essa taxa era 19%. E mais: o número de jovens que não faziam sexo era o dobro daquele visto em qualquer outra faixa etária.

    Publicidade

    Entre as mulheres, algo semelhante aconteceu, mas com menor intensidade: 19% das mais jovens não tiveram relações no último ano, uma taxa que era de 15% no começo do milênio.

    E no Brasil? Por aqui parecemos estar no mesmo caminho. Uma pesquisa feita pelo Datafolha com mais de 1 800 homens no ano passado mostra dados igualmente surpreendentes. Dos jovens de 18 a 24 anos, 24% não tiveram relações nos últimos dois anos — mais que o dobro do encontrado nas outras faixas etárias.

    Publicidade

    A pesquisa também revela outros quadros preocupantes: 38% dos homens de até 35 anos tinham algum grau de impotência — uma proporção muito elevada para uma população tão jovem. Nesse aspecto, estamos num patamar semelhante a outros países, em que a taxa nos jovens é próxima a 30%.

    Continua após a publicidade

    Nesses casos, a origem da impotência costuma estar ligada a fatores psicológicos — e pessoas com menos acesso a informação e com maior dificuldade em iniciar a vida sexual são as mais vulneráveis.

    Publicidade

    As explicações para esse distanciamento dos jovens em relação ao sexo são diversas. Alguns psicólogos apontam uma tendência a postergar cada vez mais a transição para a fase adulta. Outros acreditam que é um reflexo da maior conectividade e o interesse cada vez maior pelo mundo virtual, enfraquecendo o interesse e o tempo dedicado às relações off-line.

    Nesse contexto, a oferta de entretenimento diversificado diminui a importância relativa do sexo. Outro possível culpado é o acesso compulsivo à pornografia, que cria uma geração de pessoas complexadas buscando padrões inatingíveis e comportamentos questionáveis, tanto para homens como para mulheres.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    No Brasil, porém, outro componente pode contribuir. A taxa de jovens sexualmente inativos no país é maior nos municípios menores, entre os menos escolarizados e com menor renda — justamente os menos conectados. Nessa circunstância, o baixo acesso à informação sobre sexualidade e o avanço de uma pauta de costumes conservadora podem ter afastado os jovens do sexo.

    Ainda não sabemos qual vai ser o efeito desse comportamento no longo prazo para essa geração. Quem sabe seu interesse pelo sexo apareça mais tarde, ou talvez sejam pessoas que vivam felizes tendo menos sexo na sua rotina mesmo.

    Publicidade

    No entanto, cientes da importância do sexo na vida adulta e de olho nessa taxa alarmante de disfunção erétil entre os jovens, precisamos ligar o alerta sobre a saúde sexual dessa geração agora.

    * João Brunhara é urologista, médico do Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e consultor científico da Omens, plataforma que trata problemas de saúde sexual masculina

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.