Estamos preparados para um Brasil com mais idosos que jovens?
Estamos fazendo pouco para garantir o bem-estar da população frente à irrefreável transição geracional
Dentro de aproximadamente quatro décadas, em 2070, 37,8% da população brasileira será composta de idosos. O que, em números, absolutos representa o total de 73,5 milhões de pessoas com 60 anos de idade ou mais.
Os dados são do último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foi apresentado no final de agosto.
Para se ter uma ideia, a quantidade de idosos quase duplicou entre 2000 e 2023, subindo de 8,7% para 15,6%. Ou passou de 15,2 milhões para 33 milhões de pessoas.
Em contrapartida, no mesmo período, foi observado um recuo no número de nascimentos, de 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e deve cair para 1,5 milhão em 2070.
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Este cenário só reforça ainda mais a necessidade de voltarmos nosso olhar para o envelhecimento em nosso país. Mais do que números, o que precisamos observar é qual será o perfil desta população 60+?
Há alguns anos, apresentei esta mesma reflexão. Será que estamos preparados para este novo perfil demográfico?
Receio que, ao menos neste momento, ainda há muito a se fazer para que despertar a consciência de que o momento de se pensar na velhice é hoje. É preciso rever a maneira como o mercado de trabalho se comporta atualmente frente a perspectiva de integrar à equipe um colaborador 60+, compreendendo que muitos podem sim ser mão de obra ativa e eficaz em suas atribuições.
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No âmbito da saúde, como incansavelmente tenho dito, é preciso ter políticas públicas de prevenção e promoção da saúde para atender a demanda que teremos frente a esta nova realidade populacional. Ainda estamos longe disso.
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