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Estilo de vida saudável como política pública de saúde

Nas vésperas da troca de governo, médico defende maior foco em prevenção nos programas voltados à saúde brasileira

Por Dr. Gilberto Ururahy, médico*
7 dez 2018, 13h52

A partir de 1º de janeiro começa a gestão do novo presidente da República, bem como de outros 17 governadores, uma vez que dez foram reeleitos. Como cidadão e médico, há décadas venho me dedicando à medicina preventiva e, assim, fico na imensa expectativa de ver a prevenção como base de políticas de saúde federais e estaduais. Uma campanha nacional focada na promoção do estilo de vida saudável, por exemplo, traria impactos positivos tanto para o bem-estar da população, quanto para a infraestrutura hospitalar e a economia, já que assistiríamos a um desafogo de hospitais e clínicas com casos que poderiam ser evitados.

Infelizmente, no Brasil, a cada minuto morre uma pessoa por causa de uma doença cardiovascular. Vivemos essa triste realidade em nosso dia a dia. Quase todo mundo teve algum amigo, parente ou conhecido que faleceu após infartar. O que torna esse quadro ainda mais doloroso é saber que 80% dessas ocorrências poderiam ser evitadas simplesmente adotando um estilo de vida saudável, aprendendo a ter uma alimentação equilibrada, praticando atividades físicas regularmente e valorizando as noites de sono. Hábitos esses que não são difíceis de implementar na rotina.

Acontece, porém, que as pessoas muitas vezes os deixam de lado culpando a falta de tempo e o corre-corre do cotidiano. Essa displicência (ou mesmo ignorância) com os cuidados de saúde contribui para o surgimento de problemas como hipertensão, diabetes, taxas elevadas de colesterol e obesidade. Muita gente ainda convive com altos índices de estresse, um dos principais fatores de risco para as doenças crônicas.

Essa situação também reflete em barreiras para o aumento da produtividade. Qualquer gestor de empresa sabe que o estado de saúde interfere no desempenho do profissional. Então, como um país pode pensar em crescer, quando, segundo o Ministério da Saúde, o diagnóstico de diabetes passou de 5,5%, em 2006, para 8,9%, em 2016, e o de hipertensão, no mesmo período, saiu de 22,5% para 25,7%?

Uma pesquisa da Universidade de Brasília constatou que 70% dos brasileiros sofrem de estresse crônico e, desse total, 30% apresentam a síndrome de burnout, que provoca um esgotamento físico e emocional. O cenário é ainda mais preocupante entre as mulheres. Levantamento da Med-Rio, feito junto a executivas, registrou que o percentual de mulheres estressadas saltou de 40%, em 1990, para 67% em 2017.

E não podemos esquecer que a cada ano aumenta a quantidade de pessoas obesas. Atualmente, os dados apontam que um em cada cinco brasileiros está acima do peso, o que faz a obesidade propriamente dita aparecer em quase 19% da população. Esse quadro desregula atividades hormonais, estando associado a altos níveis de glicose no sangue, baixos níveis de testosterona e inflamação crônica. Cada um desses fatores pode ser determinante para a incidência de doenças cardíacas, derrame cerebral e cânceres.

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A cultura da prevenção parece ser priorizada apenas na área de oncologia. Prova disso são as fundamentais campanhas Outubro Rosa, Novembro Azul e Dezembro Laranja: três meses destinados à prevenção dos tumores de mama, de próstata e de pele, respectivamente. Cerca de 90% dos cânceres são curados quando diagnosticados precocemente. A mentalidade da prevenção, em vez da remediação, precisa ser implementada em tudo que diz respeito à saúde humana.

Todo o cenário aqui relatado só aumenta a importância de se planejar uma campanha nacional de estilo de vida saudável. A medicina preventiva é melhor e mais barata, tanto para o país quanto para o cidadão. Para a população, significa evitar futuras consultas e procedimentos e economizar gastos com remédios. Para o governo, resultaria em economia aos cofres públicos, já que a melhora na qualidade de vida diminui a incidência de diversas doenças, esvaziando, assim, hospitais e postos de saúde. Prevenção é, acima de tudo, respeito e valorização da vida.

* Dr. Gilberto Ururahy é diretor médico da Med-Rio Check-up

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