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Crianças e adolescentes com ansiedade e tédio na pandemia: como lidar?

Médico expõe os sinais de prejuízos emocionais entre os mais novos e ensina algumas medidas para prevenir ou controlar a situação em casa

Por Rodrigo de Almeida Ramos, psiquiatra*
Atualizado em 10 mar 2021, 16h50 - Publicado em 4 jan 2021, 10h14

Enquanto movimentos de pais pedindo a reabertura das escolas ainda debatem com os defensores da manutenção de medidas mais restritivas nos estabelecimentos educacionais, psicólogos, psiquiatras e pediatras enfrentaram, nos últimos meses, situações recorrentes que revelam o impacto do isolamento social em crianças e adolescentes. Não são raros os relatos de pais sobre episódios de ansiedade, tédio, estresse e desinteresse pelas aulas online.

Nestas férias, como lição de casa, além de discutir a questão dos benefícios da escola em si, precisamos refletir sobre os impactos de um isolamento tão duradouro sobre a saúde mental dos mais novos.

A ansiedade em crianças e adolescentes pode levar a uma alteração de comportamento que se manifesta numa tendência ao retraimento social e ao receio de responder a estímulos ambientais. Tem como característica principal a preocupação excessiva e a expectativa apreensiva, proporcionando uma aceleração inadequada. Além disso, pode gerar um prejuízo nas capacidades cognitivas. Os pais podem notar dificuldades dos filhos em exercer atividades que exigem mais atenção e memória.

Há outros sintomas psíquicos: podemos citar a expressão de ideias negativas sobre o futuro e o comportamento de esquiva. Do ponto de vista físico, pode haver taquicardia, sensações momentâneas de falta de ar, sudorese, desconforto intestinal com episódios de diarreia e até dores no corpo.

Esse conjunto de manifestações fica mais preocupante quando a criança passa a perder o contato social. Voluntariamente, ela diminui o convívio com os amiguinhos, revela-se muito tensa a quaisquer estímulos e começa a ter mau rendimento escolar.

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Quantos pais já presenciaram situações parecidas com essas nos últimos meses? O suporte familiar, em casos assim, também é decisivo para auxiliar os pequenos na compreensão da nova realidade, que deve ser passageira, mas sem a pressão de prazos.

O tédio também é um sentimento humano considerado comum, que aparece geralmente quando se tem falta de estímulos adequados. Torna crianças e adolescentes mais lentos, uma situação bastante comum nestes tempos, em que muitas coisas parecem ter perdido a graça e a razão, mesmo para meninos e meninas.

Pensando na saúde mental de crianças e adolescentes, proponho, a seguir, alguns conselhos e exercícios que podemos praticar em família visando ao bem-estar físico e emocional dos mais jovens:

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• Encoraje seus filhos a falarem abertamente sobre sentimentos;
• Quando a criança estiver preocupada, ajude a resolver o problema dela;
• Auxilie a construir relações de amizades que sejam sempre positivas;
• Estimule seus filhos a cuidarem de sua saúde física, explicando os benefícios de uma boa noite de sono, da alimentação adequada e dos exercícios físicos;
• Ajude o pequeno a focar-se no presente, deixando sempre o futuro como algo importante, mas em segundo plano;
• Elogie, motive e apoie regularmente. Assim, você ajuda seu filho a criar uma boa autoestima;
• Conforme seu filho for crescendo, estimule a autonomia e a capacidade de agir segundo suas crenças e intuições.

É fundamental que os pais e responsáveis se mantenham calmos e cuidem de sua saúde também. Desse modo, vão contribuir para evitar a geração de ansiedade em casa e podem criar um ambiente de diálogo para que as crianças se sintam mais seguras e protegidas.

* Rodrigo de Almeida Ramos é psiquiatra, diretor do Nupem – Núcleo Paulista de Especialidades Médicas e doutorando em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

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