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Especialistas da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc) discutem a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do câncer no nosso país
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Quedas nas taxas de vacinação aumentarão casos de câncer no Brasil

A pandemia acelerou um processo de redução da cobertura de diferentes vacinas, entre elas a que evita o HPV, causador de diferentes tumores

Por Angélica Nogueira, oncologista da Sboc*
Atualizado em 8 dez 2020, 14h55 - Publicado em 3 out 2020, 13h30

O vírus do papiloma humano, mais conhecido como HPV, é responsável por diversos tipos de cânceres, como os de orofaringe, pênis, canal anal, vulva e vagina. Mas o tumor mais associado a ele é o de colo de útero, que acomete 16 mil brasileiras por ano. A vacinação anti-HPV adequada eliminaria essa doença — e reduziria o impacto desses outros cânceres.

Em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma “chamada para ação”. Ela elegeu três metas principais a serem cumpridas até 2030 para a eliminação do câncer de colo do útero:

  1. Vacinar 90% das meninas e adolescentes de até 15 anos contra o HPV;
  2. Todo ano, fazer o Papanicolau em pelo menos 30% das mulheres entre 25 e 65 anos. Como o exame tem recomendação de realização trienal após dois testes negativos, a medida cobriria 90% dessa população;
  3. Garantir acesso ao tratamento no estágio inicial da doença a pelo menos 90% das mulheres.

No Brasil, a vacina está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Nós inclusive somos uma das nove nações que a oferecem também para meninos. Apesar disso, fomos na contramão dos países desenvolvidos ao deixarmos de oferecê-la nas escolas da rede pública. Isso gerou uma redução na cobertura vacinal de 90% em 2014 para 52% em meninas e 22% em meninos no ano passado.

O caso se encaixa em um contexto de queda na taxa de cobertura de outras vacinas nos últimos cinco anos, que já chegam a 27% para alguns imunizantes. Em meio a pandemia do coronavírus, a situação é ainda pior. Profissionais da saúde relatam atrasos na busca de vacinas também em 2020, o que indica a possibilidade de diminuições ainda maiores nos índices.

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Por isso, neste momento de retomada aos cuidados com a saúde, é imprescindível que a vacinação tenha mais atenção do Ministério da Saúde. Não dá para negligenciar uma medida responsável pela prevenção de diversos tipos de câncer.

Outra maneira de evitar o câncer de colo do útero são os exames ginecológicos, principalmente o Papanicolau, que também estão disponíveis gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Infelizmente, estimativas do Ministério da Saúde indicam que apenas 16% das mulheres de 25 a 65 anos realizam exames ginecológicos no Brasil — número que representa aproximadamente metade do mínimo indicado pela OMS.

Daí porque é tão importante o alerta da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc) sobre a relevância da continuidade da vacinação contra o HPV em meninas dos 9 aos 14 anos e em meninos dos 11 aos 14, além da conscientização dos exames preventivos para mulheres adultas. O Brasil tem recursos e capacidade para melhorar esses indicativos. Não podemos retroceder, ainda mais diante de um câncer que pode ser eliminado com uma vacina simples e segura.

*Por Dra. Angélica Nogueira, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc) e Coordenadora do Comitê de Tumores Ginecológicos.

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