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Quem tem diabetes precisa cuidar bem da pele

Pessoas com qualquer um dos dois tipos de diabetes estão mais propensas a sofrer uma série de doenças de pele, que podem ser graves

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 23 out 2019, 17h45 - Publicado em 4 out 2018, 22h00
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  • Existem dois tipos de diabetes. Em ambos, a ausência ou insuficiência de insulina faz com que a glicose não entre nas células e o açúcar fica de fora, sobrando na circulação. “A insulina é muito importante para a pele porque ajuda, por exemplo, no crescimento dos queracinócitos, as células da pele”, explica a dermatologista Flávia Ravelli, de São Paulo. Com o crescimento dos queracinócitos prejudicado, a cútis perde espessura e elasticidade, tornando-se, assim, mais fina e elástica.

    A verdade é que a alta taxa glicêmica acarreta diversas consequências para a pele, como explicam, a seguir, Flávia e a endocrinologista Denise Reis Franco, de São Paulo.

    Cicatrização lenta

    A glicemia alta provoca uma reação inflamatória nos vasos sanguíneos. “Enquanto nos vasos grandes a possível consequência dessa inflamação é a doença cardiovascular, no caso dos vasos pequenos, que nutrem a pele, ela prejudica a irrigação”, explica Denise. Assim, a cicatrização de lesões é mais lenta.

    Perda de sensibilidade

    Os nervos, embebidos em glicose e sem irrigação sanguínea adequada, ficam mais macios e não funcionam perfeitamente. O efeito é a perda de parte da sensibilidade da pele, além de coceiras generalizadas e da sensação de agulhamento (como se a pele estivesse sendo espetada).

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    Infecções

    “No diabético, o sistema imunológico não funciona corretamente, o que aumenta a chance de infecções”, diz Flávia. Elas podem ser causadas tanto por bactérias quanto por fungos, como é o caso das micoses e frieiras.

    Acantose nigricans

    Quando o organismo não consegue gerar insulina, paradoxalmente começa a produzir uma substância chamada fator de crescimento de insulina. Ela provoca a acantose nigricans, doença de pele na qual as regiões de dobras, como pescoço e axilas, ficam escurecidas.

    Dermatites

    A função de barreira para evitar a perda de água pelo organismo não funciona corretamente no diabético. O resultado é uma pele desidratada, propensa ao surgimento de dermatites.

    Vitiligo

    “Quem sofre de diabetes tipo 1 tem mais chances de desenvolver outro problema autoimune”, afirma Denise. É o caso do vitiligo, doença de pele na qual o próprio organismo ataca as células de pigmentação, causando manchas brancas pelo corpo.

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    Pé diabético

    A pele do diabético, portanto, está mais propensa a sofrer lesões e infecções de todo tipo. A combinação desse fator com outro, a sensibilidade cutânea deficiente, pode culminar num problema gravíssimo: o pé diabético. “Uma simples pedra no sapato pode machucar a pele e a pessoa não percebe porque tem pouca sensibilidade nas extremidades”, explica Flávia. “A lesão evolui para uma infecção e, como a pele não recebe irrigação suficiente para recuperar o tecido lesionado, a infecção vai avançando até atingir músculo, gordura e até os ossos”. Quando a situação chega a esse ponto, o pé precisa ser amputado para que a infecção não se espalhe pelo corpo.

    Como se prevenir

    Examine a pele

    A principal medida de prevenção é examinar a pele, sobretudo dos pés, pela manhã e à noite. Procure por micoses entre os dedos, pequenas lesões e feridas pelo corpo e, se encontrá-las, vá ao médico assim que possível.

    Hidrate-se

    Beba bastante água e use hidratan

    te para a pele todos os dias para evitar a desidratação. “Um bom ritual diário é lavar os pés com água e sabão, secar bem e espalhar hidratante hipoalergênico, sem cheiro e dermatologicamente testado. Com esse procedimento, o diabético já vai acabar fazendo a inspeção da pele”, sugere Flávia.

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    Cuide dos sapatos

    Use calçados confortáveis, de preferência os produzidos especialmente para diabéticos. Antes de calçar, cheque cada um em busca pedrinhas ou qualquer alteração na palmilha que possa machucar a sola dos pés.

    Procure um podólogo

    Se possível, contrate um serviço especializado para cortar as unhas. Um simples corte ou “bife” arrancado durante o processo pode acarretar em infecção.

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