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Prêmio SAÚDE 2015 revela os vencedores

Conheça quem levou o troféu na noite que comemora a décima edição da premiação

Por Diogo Sponchiato
Atualizado em 27 out 2016, 23h51 - Publicado em 27 nov 2015, 14h19
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    1. Personalidade do Ano: Miguel Srougi
    O urologista e professor titular da Universidade de São Paulo não é só o homem com o maior número de cirurgias contra o câncer de próstata no currículo — são mais de 4 800. É um cidadão que guerreia, no consultório e na área pública, para construir um país com mais acesso e dignidade no campo da saúde. Fez a ponte entre o atendimento privado e o suporte aos mais desprivilegiados viabilizando, por exemplo, o financiamento das alas de Urologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Pesquisador e docente mais que respeitado, ainda trabalhou para que estudantes de medicina tenham oportunidades de aprender fora do país. Para ele, a medicina e a relação médico/paciente representam algo inebriante. “Quando tratamos ou curamos um doente, não ajudamos só uma pessoa. Estamos espalhando felicidade e esperança para a família e todo o entorno”, diz. 

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    2. Instituição do Ano: Apae de São Paulo
    Pessoas com deficiência intelectual estão vivendo bem mais. Essa é uma bela notícia, mas nessa população, problemas típicos da senilidade, como doenças cardíacas e neurológicas, tendem a aparecer mais cedo. Para empurrar esses problemas pra longe, a Apae de São Paulo criou um serviço para dar suporte no envelhecimento dessa turma. Na receita do sucesso, entram acompanhamento e tratamento médico e oficinas terapêuticas que englobam esportes, artes, informática, jogos coletivos… Ao combinar atenção especializada, apoio emocional e inclusão social, a entidade está ampliando a qualidade de vida de mais de uma centena de pessoas e até mesmo dos seus familiares.

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    3. Saúde Bucal: Na estrada contra o câncer de boca
    A falta de conhecimento da população e de acesso a profissionais capacitados faz com que a maior parte dos casos da doença seja diagnosticada em fase avançada. Aí tem que apelar para tratamentos mutiladores e o risco de morte aumenta. Para mudar esse cenário, o Hospital de Câncer de Barretos resolveu pegar estrada numa unidade móvel para atender habitantes de 18 municípios da região. Além de palestras, os profissionais examinam pessoas com o perfil de risco e encaminham os casos diagnosticados para tratamento. É um projeto que tem a boca como alvo, mas que está salvando vidas. 

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    4. Saúde e Nutrição: Falar a linguagem das meninas para combater a obesidade
    Não é fácil engajar adolescentes a cuidar da alimentação e do estilo de vida. Especialmente quando vivem grudados no celular. Então por que não usar a telinha para dar orientações sobre cardápio e atividade física? Eis a sacada de um grupo da Faculdade de Saúde Pública da USP, que usou o Whatsapp como um propulsor de bons hábitos. Junto a aulas presenciais e outras atividades, a estratégia aplicada em meninas de escolas públicas de São Paulo rendeu ganhos incríveis. Menos sedentarismo, mais frutas e verduras na dieta…. Equação preciosa contra o excesso de peso. 

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    5. Saúde e Atividade Física: Malhar o corpo para manter a cabeça em forma
    Não é raro que o envelhecimento venha acompanhado de lapsos de memória, perda de autonomia e uma maior propensão a demências. É o tal do comprometimento cognitivo. Com o aumento da expectativa de vida, cresce a preocupação com estratégias capazes de prevenir a aposentadoria precoce dos neurônios. Uma delas é a atividade física, tema desse trabalho da Unesp de Rio Claro. Os especialistas botaram uma porção de voluntários — com e sem comprotimento cognitivo — para se mexer e notaram que os exercícios funcionam como uma espécie de guarda-costas da massa cinzenta. E isso mesmo quando os genes, digamos, não são muito favoráveis. Pois é, não tem idade nem desculpa pra parar de malhar.   

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    6. Saúde Mental e Emocional:  Minicérebros para estudar transtornos mentais
     Não dá pra abrir a cabeça do paciente para estudar a fundo o que acontece de errado com um esquizofrênico, né? A alternativa muito bem pensada pelo neurocientista Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto D’Or de Pesquisa, foi simular ao vivo e a cores o que se passa ali por meio de minicérebros criados em laboratório. Para desenvolvê-los, o professor recorreu a uma técnica conhecida como reprogramação celular, que permite a células adultas regredirem ao estágio de células-tronco. Ele fez isso com um material obtido da urina de pacientes com esquizofrenia. As células-tronco obtidas foram estimuladas a virarem neurônios. Com os minicérebros, é possível entender a fundo as peculiaridades da cabeça do esquizofrênico e encontrar caminhos para tratamentos melhores. 

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    7. Saúde da Criança: Flagra mais certeiro em uma doença grave
    Entre os problemas detectados pelo famoso teste do pezinho está a hiperplasia adrenal congênita, que causa uma bagunça nos hormônios e pode ser fatal. Só que, nesse caso, há um risco considerável de o resultado sair errado, obrigando o bebê a passar por novas checagens. Para aplacar o custo emocional desse acompanhamento e poupar o sistema de saúde, um time da USP mergulhou a fundo nos dados e conseguiu aperfeiçoar a triagem, reduzindo o número de falsos-positivos, além de propor uma tecnologia mais apurada para bater o martelo nos casos suspeitos. É foco para ajudar quem realmente precisa. 

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    8. Saúde e Prevenção:  À caça do HPV nas mulheres indígenas
    O médico Allex Jardim da Fonseca se embrenhou nos confins da Amazônia para investigar a presença do vírus e do câncer de colo de útero em oito comunidades isoladas da tribo ianomâmi. Após a realização de consultas e exames, o pesquisador chegou a dados alarmantes: a prevalência do HPV nas índias é três vezes maior em relação à população em geral. E uma parcela significativa das amostras acusou os tipinhos virais mais associados a tumores. Para conter esse perigo potencialmente letal, o trabalho da Universidade do Estado do Amazonas levou orientação sobre prevenção e realizou uma campanha de vacinação com uma taxa de cobertura superior a 95%. Prova de que não há limites geográficos ou culturais para propiciar assistência médica de qualidade.

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