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Pesquisadores da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, analisaram o prontuário de 1 015 pacientes do hospital infantil da instituição, todos com lesões renais agudas.
Um dado especialmente chamou a atenção: 3% dos casos tinham relação direta com a utilização de anti-inflamatórios. Esses remédios são bastante usados para baixar a febre, sintoma não raro acompanhado por diarreia e vômito, configurando um quadro de desidratação. “Nessa situação, o volume de sangue é menor”, explica a pediatra Vera Koch, coordenadora do Departamento de Pediatria da Sociedade Brasileira de Nefrologia. “E substâncias como o ibuprofeno e o naproxeno, presentes nesses medicamentos, diminuem ainda mais o fluxo sanguíneo para os rins, abrindo caminho para a insuficiência renal”, completa a médica.
Uso consciente
Em casos de febre alta, peça a orientação do pediatra sobre quando e como usar determinado remédio. “É importante conhecer seu mecanismo de ação, além das contraindicações”, diz Vera. Se a sugestão for um anti-inflamatório, é preciso se assegurar de que o funcionamento dos rins está em ordem e que a criança está hidratada.
Termômetro subindo
Nem sempre o sintoma justifica medicação logo de cara. Muito ao contrário: ele é um mecanismo de defesa do corpo. “O aumento de temperatura prejudica a replicação viral dos agentes que causam a febre”, esclarece o pediatra Ricardo Morando, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Em um primeiro momento, um banho morno já ajuda a controlar a situação.