Em apresentação no Ganepão 2016, um dos maiores congressos sobre alimentação no Brasil, a nutricionista Danielle Fontes, de São Paulo, destacou novas evidências científicas de que os vegetais orgânicos possuem mais componentes bem-vindos à saúde que as versões cultivadas no modelo tradicional, que depende de agrotóxicos.
Os orgânicos já são tidos como vantajosos justamente por não contarem com defensivos agrícolas, compostos usados no controle de pragas do campo e que são associados a doenças como câncer e males neurológicos. Agora os estudos estão apontando que frutas e hortaliças orgânicas também concentram mais vitaminas e fitoquímicos de ação antioxidante — ou seja, que ajudam a anular radicais livres, moléculas que favorecem danos às células e doenças degenerativas.
Danielle contou que pesquisas europeias já assinalam esse benefício extra da agricultura orgânica. Uma revisão conduzida pela Universidade de Newcastle, na Inglaterra, descobriu que, em comparação com produtos cultivados no modelo convencional, frutas, legumes e cereais orgânicos apresentam 50% mais flavonoides, 51% mais antocianinas e 69% mais flavononas, por exemplo. Todos são fitoquímicos de alto poder antioxidante e que auxiliariam o organismo a se defender de processos típicos do envelhecimento capazes de elevar nossa suscetibilidade a doenças.
Eis um novo (e impactante) argumento que deve pesar na discussão do custo/benefício na hora de optar ou não por um orgânico.