Insegurança, perda de espontaneidade e isolamento social também são consequências do mau odor bucal. Tanto que, no 34° Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, membros da Associação Brasileira de Halitose (ABHA) deram uma aula sobre a relação entre esse problema e uma piora no bem-estar mental. “Cerca de 2,5% dos casos precisam de apoio psicológico ou, mais raramente, psiquiátrico”, calcula Maurício da Conceição, dentista especializado em halitose e um dos palestrantes do evento. Para detectar esses pacientes mais abalados, ele criou um questionário chamado Inventário das Consequências da Halitose (ICH)*. São basicamente 18 perguntas sobre como o hálito ruim influencia o comportamento do sujeito (veja algumas delas mais abaixo). Quanto mais vezes você responder “sim”, maior o impacto da condição nas profundezas da sua cabeça.
O resgate da psique
Há uma estratégia, derivada da psicologia comportamental, na qual a pessoa escolhe um parceiro de confiança e, cerca de uma hora após a higienização bucal, pede para ele checar a quantas anda seu hálito — o procedimento é repetido várias vezes. A partir daí, cria-se uma ficha de controle, que é inclusive discutida posteriormente com um profissional.
A prática é ótima, já que deixa o paciente mais seguro ao observar a evolução do quadro
Maurício da Conceição
Deprê vinda da boca
O ICH visa medir os efeitos da halitose no bem-estar. Veja abaixo as principais perguntas desse questionário e fique de olho: responder “sim” muitas vezes não é bom sinal
- Você já deixou de sair de casa por causa de seu hálito?
- Desvia o rosto quando vai falar com as pessoas?
- Acredita ter ouvido comentários indiretos sobre seu hálito?
- Se deixasse de ter o problema, você seria mais espontâneo?
- Usa balas, chicletes ou enxaguante para disfarçar seu hálito?
- Costuma colocar a mão na frente da boca ao falar?
*Disponível no Livro Bom Hálito e Segurança — Metas Essenciais no Tratamento da Halitose. Autor: Maurício Duarte da Conceição.
Fontes: Silvana Batista Gaino, psicóloga da Sociedade Brasileira de Psicologia; Maria Cecília Aguiar, presidente da Associação Brasileira de Halitose