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Câncer de tireoide: aliados do exame de TSH na detecção da doença

Estudos abrem caminho para a detecção precoce do câncer de tireoide, o quarto tipo de tumor mais frequente nas mulheres brasileiras

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 19 jul 2018, 16h20 - Publicado em 27 nov 2013, 22h00

Se não há histórico familiar ou sintomas, o monitoramento da tireoide deve começar aos 40 anos
Foto: Getty Images/ Ileine Machado

Em 2012, o câncer de tireoide figurou entre os cinco primeiros colocados no ranking dos tumores mais comuns entre o sexo feminino, segundo o Instituto Nacional de Câncer, o Inca, no Rio de Janeiro. Quando esse tipo de câncer afeta a produção de hormônios na tireoide, o metabolismo todo sente o baque. Se os níveis caem, o hipotireoidismo – disfunção mais comum – se impõe, provocando perda do desejo sexual, ganho de peso e outros sintomas. Já quando há hormônios demais, o hipertireoidismo deixa a pessoa irritadiça, com taquicardia e até depressão.

A questão é que continua difícil indicar um grupo que tenha maior predisposição a desenvolver células cancerosas na glândula. Além do histórico familiar e de nódulos aumentados na região, pouco se sabe sobre outros promotores da enfermidade. “Consideramos como um dos fatores decisivos a exposição à radiação, geralmente devido a tratamentos anteriores à base de radioterapia no pescoço”, conta o endocrinologista Adriano Namo Cury, do Hospital Samaritano, em São Paulo.

Menos ou mais TSH

Recentemente, cientistas da Universidade da Islândia descobriram uma associação entre baixos níveis do hormônio TSH, espécie de combustível da tireoide, e o risco de nódulos malignos na glândula. Eles analisaram o material genético de um grande grupo de cidadãos islandeses e concluíram que os que possuíam certos cromossomos estavam até 30% mais suscetíveis a desenvolver a doença. E esses mesmos cromossomos eram ligados ao déficit do TSH.

O resultado, no entanto, é controverso. “O que se sabe, na verdade, é o oposto. Indivíduos com excesso dessa substância teoricamente estariam mais sujeitos a apresentar câncer por terem uma carga extra de hormônios superestimulando a tireoide”, contrapõe o endocrinologista Hans Graf, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Prevalência é maior nas mulheres

Se por um lado ainda é cedo para fazer a associação entre o TSH baixo e câncer, por outro o mapeamento genético tem potencial para responder uma outra questão. “Esses estudos são recentes, mas podem se transformar em descobertas que finalmente esclareçam por que a prevalência é maior nas mulheres”, acredita o oncologista Gilberto Castro, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.

Além do genoma, joga contra o time das mulheres o excesso de estrogênio, principal hormônio no organismo delas. “Ele estimula a proliferação das células e pode favorecer o surgimento de tumores”, analisa Graf.

Estilo de vida

Já outra pesquisa aponta na direção de um fator bem conhecido por fomentar quase todos os tipos de câncer: o estilo de vida . Embora seja sabido que cigarro e má alimentação estão diretamente relacionados à origem e ao crescimento de células cancerosas, agora, pela primeira vez, associou-se um estilo de vida repleto de maus hábitos aos tumores especificamente de tireoide. O responsável pelo feito é um grupo de cientistas chineses do Hospital de Mianyang. Eles publicaram no importante periódico americano Endocrine-Related Cancer um trabalho que focou pacientes com a doença e descobriu que eles apresentavam um índice muito alto de radicais livres no organismo. E tanto o cigarro quanto a má alimentação aumentam a quantidade de radicais livres no organismo.

Exame de TSH

Enquanto os avanços da ciência não resultam em novos consensos, os médicos têm algumas recomendações para prevenir o problema. Se não há histórico familiar ou sintomas, o monitoramento da tireoide deve começar aos 40 anos. “A partir daí, a cada cinco anos prescrevemos um exame que mede o TSH e fazemos um exame clínico para verificar se há nódulos no local”, orienta Graf.

Autoexame

Ele ajuda a perceber se há caroços na região. Para realizá-lo, basta posicionar-se em frente ao espelho, inclinar a cabeça levemente para trás de modo a enxergar melhor o pescoço e, ao mesmo tempo, tomar um gole d’água. Enquanto você engole, a glândula vai subir e descer – não confunda com o pomo de adão – e, nesse momento, deve-se observar se há gânglios. Mas atenção: “Nem todos os nódulos são malignos, e a quantidade deles também não quer dizer que a pessoa necessariamente desenvolverá câncer”, explica o endocrinologista Renato Zilli, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo.

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E mais: se o temido diagnóstico chegar, as perspectivas de vencer o mal são boas. “Os tumores ali evoluem lentamente e os índices de cura são muito altos, mesmo quando há metástase”, tranquiliza Castro.

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