Adequações na dieta e exercícios físicos são a linha de frente para quem quer ter uma vida mais saudável e perder peso de forma segura. Mas, mesmo adotando hábitos mais regrados, pode ser difícil se livrar da gordura localizada que ainda resta pelo corpo. É aí que entra a criolipólise, um procedimento minimamente invasivo que promete remover esses depósitos que não respondem a outros métodos.
A técnica soa futurista: com auxílio de uma máquina, células de gordura conhecidas como adipócitos são resfriadas e “congeladas”. Essa súbita queda de temperatura provoca uma morte dos adipócitos indesejados que, após algum tempo, são eliminados do organismo.
Mas é preciso atenção. Embora considerada efetiva para depósitos de gordura localizada, como uma técnica de auxílio no “contorno” do corpo, a criolipólise não é indicada para pessoas com obesidade. Além disso, os resultados podem levar meses para aparecer, e efeitos colaterais podem causar incômodo após o procedimento.
Conheça mais sobre a técnica abaixo.
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Como é feita a criolipólise
O princípio por trás desse método se baseia em uma questão fisiológica: células de gordura se danificam mais facilmente frente a temperaturas baixas do que, por exemplo, as células da pele. Isso permite o uso do resfriamento local de modo a eliminar os adipócitos sem causar danos permanentes a outros tecidos do corpo.
Com o auxílio de um aplicador, como é conhecida a parte da máquina que vai sobre a pele numa sessão de criolipólise, a região a ser atingida é resfriada a temperaturas que vão de 11 graus negativos a 5 positivos, de acordo com a parte do corpo escolhida e as características da pessoa.
Em geral, cada área é submetida a sessões de cerca de uma hora. Na maioria dos casos, uma única sessão basta para obter resultados. Os pontos de gordura localizada que costumam ser alvos da criolipólise incluem:
- Parte interna dos braços e coxas
- Costas
- Abdômen
- Papada
- Joelhos
- Lados (flancos) do tronco
Quais cuidados devo tomar
A criolipólise ganhou adeptos por ser considerada um procedimento com bons resultados e poucos riscos. Ainda assim, há contraindicações. Pessoas obesas ou com dermatites e lesões na pele não devem se valer dessa técnica.
Também é preciso ter paciência com a recuperação. Os resultados podem levar mais de dois meses para serem perceptíveis, em função da demora do organismo para remover as células de gordura, mesmo já mortas.
Nesse período, pode ocorrer uma perda temporária de sensibilidade na área que passou pelo procedimento, mas estudos demonstram que essa alteração não é permanente.
O congelamento da gordura funciona mesmo?
As taxas de sucesso da criolipólise variam de acordo com a área que foi foco do tratamento e características individuais de cada pessoa, mas em geral as pesquisas apontam uma redução média de 15 a 30% da gordura localizada em até quatro meses após a sessão.
Mas nem sempre dá certo. Em casos raros, o procedimento pode causar o efeito reverso e fazer as células de gordura aumentarem de tamanho, prejudicando a silhueta – esse problema pode afetar qualquer pessoa e é imprevisível, mas é mais comum em homens.
É importante observar, ainda, que a técnica de congelamento só atua sobre áreas de gordura localizada que já existiam. A criolipólise não previne a formação de novos depósitos de gordura em outras partes do corpo. Para manter os resultados no longo prazo, é importante contar com acompanhamento médico e nutricional para garantir níveis adequados de atividade física e uma dieta balanceada que não propicie a volta da gordura.