Pegando a onda das cervejas diferenciadas, uma equipe do Centro de Pesquisa em Alimentos da Universidade de São Paulo (FoRC/USP) criou uma opção inusitada com vantagens nutricionais.
O destaque da fórmula é a inclusão de uma bactéria probiótica, o Lactobacillus paracasei F19, reconhecido por favorecer a digestão, a absorção de nutrientes e a imunidade.
Para completar e surpreender o paladar, a bebida leva cajá. “Como sou nortista, optei por estudar e adicionar uma fruta das regiões Norte e Nordeste”, conta a nutricionista Ana Beatriz Praia, principal autora do trabalho.
Segundo ela, o produto tem tudo para agradar quem busca alternativas mais saudáveis entre as cervejas — sempre com moderação, claro.
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O que tem no copo?
As características da cerveja desenvolvida na USP
- Presença probiótica
Foi possível garantir a sobrevivência das bactérias benéficas na cerveja — mas ainda é preciso avaliar o impacto nas pessoas.
- Leve e refrescante
“A cerveja do tipo sour, como a nossa, combina com o clima brasileiro”, diz Marcos Herkenhoff, doutor em biologia e coautor do trabalho.
- Calorias reduzidas
De novo: como há dois micro-organismos na jogada, e eles se alimentam de carboidratos, a cerveja se torna menos calórica.
- Menor teor alcoólico
Herkenhoff explica que isso ocorre porque a cerveja passa por uma fermentação mista, ou seja, entre leveduras e também bactérias.
Um tesouro amazônico chamado cajá
Também conhecido como taperebá, o fruto é bastante usado para o preparo de doces, sucos e sorvetes no Norte e no Nordeste.
Para Ana Beatriz, passou da hora de estudá-lo mais profundamente.
“O cajá é rico em substâncias benéficas como vitamina A, antioxidantes e carotenoides”, descreve. Ela espera que sua pesquisa contribua nesse sentido, bem como para valorizar e utilizar itens amazônicos em diversas indústrias.