Tire as principais dúvidas sobre adoçantes: será que são seguros mesmo?
Produto se apresenta como uma alternativa prática e segura para quem quer diminuir ou eliminar o consumo de açúcar. Entenda mais sobre eles!
Com o crescimento do consumo e das opções de adoçantes no Brasil, muito se fala sobre a segurança desses produtos e suas formas de uso, mas, inicialmente, é importante esclarecer que eles foram desenvolvidos para conferir gosto doce aos alimentos e bebidas e são utilizados para substituir o açúcar de forma total ou parcial, além de reduzir calorias, seja por uma questão de saúde ou por escolha do indivíduo.
Existem diversos tipos de adoçantes, classificados entre naturais e artificiais. “O que os diferem é a sua matéria-prima. A stevia, por exemplo, é um adoçante natural, produzido a partir de plantas encontradas na região da África e América do Sul”, explica Vanessa de Santis, nutricionista, especialista em nutrição clínica. Para ela, ambos têm o mesmo objetivo de adoçar um alimento ou uma bebida. Considerando as diversas opções, o paladar de cada pessoa deve ser fortemente considerado na escolha do adoçante ou dos adoçantes, já que eles podem ser encontrados, em muitos casos, como uma mistura, que comumente é denominada blend.
Em geral, é recomendado evitar o açúcar, já que em excesso ele aumenta o processo inflamatório do organismo. “Além disso, se o consumo do açúcar for em demasia, acontece também o excesso de calorias e, consequentemente, o aumento de peso – que tem relação com diversas doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e esteatose”, explica Vanessa. Por isso, a nutricionista indica a substituição do açúcar pelo adoçante sempre que for possível. “O importante é o equilíbrio. Cada adoçante possui um valor de IDA (Ingestão Diária Aceitável), que é a quantidade segura por miligrama (da substância) / quilo de peso corporal que uma pessoa pode consumir diariamente ao longo de toda a sua vida. Por exemplo, para um adulto de 70 quilos, equivale a mais de 200 sachês de aspartame por dia, ou seja, quantidade dificilmente atingida no consumo cotidiano de adoçantes”, completa.
Afinal, adoçantes são seguros?
Recentemente, começaram a surgir preocupações em relação à segurança dos adoçantes, mas é preciso se atentar aos estudos confiáveis e bem desenhados sobre o assunto. Vanessa, que também é mestre em ciências da saúde pela Unifesp e professora de pós-graduação em nutrição, explica que a publicação recente da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc) classificou o aspartame como possível agente cancerígeno, mas em doses que não se aplicam à realidade.
“Não há evidências sólidas e convincentes de que o aspartame cause câncer, uma vez que foram realizados estudos observacionais limitados com animais e humanos, em que não é possível comprovar a causalidade, ou seja, se uma coisa realmente causa a outra”, esclarece. O aspartame foi classificado na categoria 2B, a mesma em que estão vegetais em conserva, trabalhar com carpintaria e marcenaria, entre outros.
Vanessa reforça que adoçantes são seguros e explica que tudo o que é disponibilizado na indústria é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que possui processos rigorosos para aprovação. “O adoçante é totalmente seguro quando consumido em quantidades adequadas”, afirma.
Por isso, é importante entender o adoçante como uma opção segura para quem quer reduzir o consumo do açúcar, seja por uma questão de saúde ou pelo próprio paladar. “O mais indicado sempre é consumir o produto com seu sabor natural, depois com o adoçante e, em último lugar, com o açúcar. São opções que todos têm e podem escolher entre elas”, diz.
Como usar o adoçante?
Como já citado anteriormente, o produto é uma opção para quando se fala em emagrecimento ou tratamento de doenças crônicas, como diabetes e esteatose. “O adoçante é um importante coadjuvante no processo de emagrecimento, entre outros recomendados. Ajudam os indivíduos a diminuir a ingestão de açúcar, mantendo o dulçor, sem nenhuma ou com apenas uma quantidade mínima de calorias”, pontua Vanessa.
A nutricionista reforça também a importância da leitura dos rótulos, para que o consumidor possa escolher os melhores produtos individualmente. Outro método para se informar sobre o assunto é o Guia de Adoçantes, criado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD). A ferramenta é interativa e contém todas as informações sobre os adoçantes, como origem, onde são encontrados e formas de uso, além de uma seção para esclarecer os principais mitos, com comprovação científica. “No guia é possível encontrar todos os tipos de adoçantes e o poder deles perante o açúcar. Inclusive, a maioria tem até 200 vezes mais doçura”, diz Vanessa.
Adoçante como um hábito do paladar
Por fim, vale lembrar também que o paladar é algo que se adapta. “Estima-se que o paladar demore cerca de 15 dias para se adaptar a algo novo. O indicado é fazer o uso do adoçante de forma contínua, até o paladar se acostumar”, explica Vanessa. A nutricionista também diz que ouve muito sobre o tal sabor residual dos adoçantes, o que na verdade está relacionado à quantidade do produto que se coloca.
Assim, é possível enxergar os adoçantes como uma alternativa prática e segura para quem quer diminuir ou não pode consumir açúcar, mas ao mesmo tempo não quer deixar de adoçar suas bebidas e sobremesas. Isso tudo, é claro, pensando sempre no equilíbrio.