Além da quantidade, o tipo de preparo e o ponto da carne fazem crescer o perigo do câncer colorretal. Foi o que constatou uma análise de imagens de colonoscopia, exame que inspeciona o intestino, de mais de 6 300 pessoas.
Conduzida na Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, a investigação apontou um aumento de lesões precursoras de tumores naquelas que informaram maior consumo de carne vermelha (sobretudo bem passada) ao longo de um ano.
A hipótese é que os danos estejam relacionados a substâncias conhecidas como aminas heterocíclicas. “Elas surgem na carne quando ela é exposta a altas temperaturas”, explica o cirurgião oncológico Samuel Aguiar Junior, do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo. “O estudo aponta o risco de formação de tumores a partir de pólipos mais raros, as lesões sésseis serrilhadas.
Até então acreditava-se que essa via tinha origem mais hereditária, mas se vê que ela também sofre influência da dieta”, revela. O recado, portanto, é maneirar na carne e optar por receitas feitas em fogo brando e com cozimento mais lento.