Você já ouviu falar em carne cultivada?
É uma forma de produzir proteína animal sem abater nenhum bicho, através de amostras de células em laboratório.
Agora, a agência regulatória americana determinou que esse tipo de alimento é seguro para consumo, autorizando duas empresas que produzem filés de “frango” a comercializar suas criações por lá.
Na mesma onda, a Holanda, pioneira na Europa, aprovou a degustação de carne e frutos do mar originários do cultivo de células.
“Não há outra forma de ter proteína animal para tantos bilhões de pessoas sem ser com essa tecnologia. E as aprovações são referências positivas para a nossa Anvisa”, opina o biólogo Marcelo Szpilman, da startup Sustineri Piscis, que tem uma tecnologia para fazer bolinhos de “peixe” desse modo.
Em 2020, a Eat Just foi a primeira empresa autorizada a fabricar carne cultivada em laboratório, em Cingapura. Esse segmento também cresce para o mercado pet.
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Vai chegar ao brasil?
Tudo indica que sim. Duas empresas de cultivo celular focadas em carne de vaca já aguardam aprovação da Anvisa: a gigante nacional BRF, numa parceria com a startup israelense Aleph Farm, e a Ambi Real Food, foodtech local.
Mas é preciso lembrar que, nesse meio, nada é barato: os biorreatores são caríssimos, todo o processo exige cuidados e esterilizações de alto custo, há gastos com o soro que armazena as células etc. Espera-se que, com a ampliação da tecnologia, os produtos cheguem com preços mais acessíveis.