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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém

Reflexões com base na ciência das indicações e limitações da cirurgia bariátrica no tratamento do diabete

Por Dr. Carlos Eduardo Barra Couri
9 fev 2017, 11h32

Existem ditados que de tão antigos e corretos fazem parte do nosso cotidiano há décadas. Um deles é “cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém”. Esta é uma das frases mais sábias para empregar no dia a dia, inclusive no exercício da Medicina.

Ora, vira e mexe surgem novos remédios, tratamentos e procedimentos cirúrgicos nas mais diversas áreas da saúde. Em paralelo, vivemos uma conexão cada vez maior entre médicos e pacientes por meio da Internet e das redes sociais (como eu estou fazendo agora!). E por isso mesmo devemos ter bastante cuidado com generalizações, depoimentos e experiências difundidos por aí.

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) são muito claras em informar que cirurgia bariátrica (ou metabólica) pode e deve ser feita, na ausência de contraindicações, em pessoas com diabete tipo 2 (controlado ou não) e índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 40.

Ou em indivíduos diabéticos com IMC maior ou igual a 35, desde que o controle glicêmico não tenha sido atingido por outras medidas clínicas já adotadas. Lembro que o cálculo do IMC é obtido pela divisão do peso (kg) pela altura (m) ao quadrado.

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Sabemos também que existem outros parâmetros além do IMC para indicar a cirurgia, como circunferência da cintura, presença de outros fatores de risco cardiovascular etc. Porém, a maioria dos estudos a respeito foi feita levando em conta a avaliação do IMC.

Daí que a Federação Internacional de Diabete (IDF) reconhece a cirurgia bariátrica como uma opção terapêutica para pessoas com diabete tipo 2 e IMC maior ou igual a 30. Entretanto, essa medida não é completamente estabelecida no mundo todo, inclusive não sendo totalmente aceita pelas entidades SBD, SBEM e Abeso.

Leia também: O diabete vai quebrar o Brasil

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Não tenho dúvidas de que a cirurgia bariátrica é uma alternativa terapêutica a ser utilizada em situações específicas de diabete tipo 2. Quando a operação é bem indicada, o paciente apresenta uma melhora excepcional da qualidade de vida, menor risco de doença cardiovascular e menor risco de morte. Mas devemos admitir que há muitas dúvidas e questionamentos até os dias de hoje: qual a melhor técnica cirúrgica? Qual o IMC mais adequado? Qual a melhor idade para se operar? Quais as sequelas da cirurgia? É verdade que há necessidade de uso de vitaminas pelo resto da vida após o procedimento? E os vômitos? E a mudança no paladar?

Para aumentar ainda as dúvidas da sociedade em geral, figuras públicas como Romário e Faustão realizaram um tipo de cirurgia considerada experimental no Brasil e com indicações duvidosas no mundo científico… Que dirá na vida real?!

Vale destacar que a indicação do procedimento deve ser feita pelo médico que acompanha e conhece o paciente, seus hábitos e seus tratamentos anteriores. Antes de alguém se submeter à cirurgia, deve ser informado dos riscos e benefícios, bem como ser avaliado aprofundadamente por psicólogo, nutricionista e cardiologista. Com a equipe multidisciplinar em jogo, o risco de erros e percalços diminui.

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Numa situação como essa, convém lembrar da boa e velha recomendação: cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém!

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