Saiba os riscos dos anti-histamínicos de primeira geração para as crianças
Estudo revela os impactos negativos dos antialérgicos “clássicos” na saúde dos pequenos

As alergias infantis são comuns, e quem tem filho pequeno sabe muito bem. É nariz que coça e escorre, crises de espirro, tosse e coceiras por todo o corpo.
Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), só a rinite alérgica atinge cerca de 25% das crianças brasileiras, enquanto a asma afeta aproximadamente 20% delas¹.
Em relação à alergia alimentar, apesar de não haver estatísticas oficiais, a Asbai aponta uma prevalência semelhante à da literatura internacional, com cerca de 8% das crianças de até 2 anos sofrendo da condição¹.
Entre os desafios da doença está a dificuldade de identificar o agente causador do problema. Coceiras e vermelhidões na pele, por exemplo, podem sinalizar um quadro de urticária, dermatite atópica ou, até mesmo, de uma alergia alimentar¹. E, até chegar ao diagnóstico, o pequeno sofre com os incômodos.
O medicamento indicado para aliviar os sintomas de muitas alergias são os anti-histamínicos, também chamados de antialérgicos, que agem inibindo a ação da histamina2, substância presente nas células do sistema imunológico liberada durante uma reação alérgica. É ela que estimula as terminações nervosas sensoriais (causando coceira e espirros) e aumenta as secreções, como a coriza. Na pele, ela dilata vasos e pode provocar coceira, inchaço e vermelhidão2,3,4.
Segundo a dra. Janaina Melo, médica especialista em alergia e imunologia pela Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, apesar de muito usados, alguns desses remédios, os chamados antialérgicos de primeira geração, podem causar sérios danos à saúde tanto de crianças quanto de adultos e idosos.
Os riscos dos antialérgicos de primeira geração
A médica explica que, nos Estados Unidos, são mais de 300 000 manipulações e formulações com anti-histamínicos disponíveis. “Aqui, no Brasil, nem é preciso ter receita médica para adquirir um antialérgico e, com certeza, o consumo é ainda maior. E o brasileiro acredita que aquele que dá sono é ainda melhor, porque vai ajudar a dormir, apesar do incômodo da alergia. Porém, justamente são esses que causam a sensação de prostração, torpor, irritabilidade e oferecem muitos riscos”, alerta.
Os anti-histamínicos de primeira geração, também conhecidos como “clássicos”, são rapidamente absorvidos e metabolizados pelo corpo – daí a necessidade de tomar de três a quatro doses diárias3. Além disso, por terem fórmulas estruturais mais simples e serem altamente lipofílicos (que se dissolvem em lipídios), eles atravessam com mais facilidade a barreira hematoencefálica (BHE), gerando seus principais efeitos colaterais, que são o sono superficial e a sedação3. Entre os antialérgicos de primeira geração estão a dexclorfeniramina, o cetotifeno e a hidroxizina3.
Entre os efeitos provocados estão4:
- sonolência excessiva com interferência no sono REM. “Essa é a fase em que há o descanso revigorante, com controle da imunidade e nosso ciclo de cortisol. Sem essa etapa, você se sente exausto e irritado no dia seguinte (dormiu, mas não descansou)”;
- redução do estado de alerta4;
- comprometimento do desenvolvimento e aprendizado4;
- prejuízo na execução de tarefas sensório-motoras complexas;
- boca seca;
- aumento da fome e do peso;
- retenção de urina, com maior risco de infecção urinária;
- hipotensão, tontura e taquicardia;
- arritmias ventriculares.
Em agosto do ano passado, foi publicado um importante estudo5 sobre interferência cerebral que, por meio de uma tomografia de emissão de pósitrons, identificou como os antialérgicos de primeira geração entram no cérebro e o impregnam, levando a diversos efeitos colaterais. Essa impregnação tem consequências duradouras e cumulativas, inclusive com reações toxicológicas5.
“Para se ter uma ideia, em 2017 os principais agentes causadores de intoxicações no Brasil foram os medicamentos anti-histamínicos de primeira geração, responsáveis por 27,11% dos casos, principalmente entre crianças de 1 a 4 anos. Entre os efeitos tóxicos no sistema nervoso central estão a sonolência extrema, confusão mental, delírio, depressão respiratória, hipotermia e até a morte. A superexposição a esses medicamentos nos primeiros anos de vida pode contribuir para a exacerbação de sintomas relacionados a alguns transtornos psicossociais, como ansiedade e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDHA)”, alerta a médica dra. Janaina Melo.
Antialérgico sem riscos
Por outro lado, os anti-histamínicos de segunda geração são compostos com elevada potência e duração mais longa, o que permite serem administrados em apenas uma ou duas doses diárias3. Além disso, seus efeitos adversos são mínimos, e eles dificilmente atravessam a barreira hematoencefálica, ou seja, raramente causam sonolência3.
“A fexofenadina é um exemplo de antialérgico de segunda geração que apresenta 0% de interferência cerebral. Ela apresenta perfil de segurança e eficácia adequados para tratamento das alergias em crianças a partir de 6 meses de idade, no caso de urticária, e 2 anos, em caso de rinite, com rápido início de ação em até uma hora”, destaca a dra. Janaina.
A revelação revoluciona o protocolo pediátrico. “Poder fazer uso da fexofenadina em bebês acima de 6 meses com doses seguras e elevadas, como para urticária, vai impactar o dia a dia no consultório. Antes eu evitava prescrevê-la ao máximo para essa faixa etária, agora temos evidências científicas sobre sua segurança”, afirma a pediatra e neonatologista Gabrielly de Araújo Precht.

Exercendo a pediatria há mais de 20 anos, Julie Anne Colnago conta que tinha o hábito de prescrever os anti-histamínicos de primeira geração. “Essa era uma prática comum nos consultórios. No entanto, essas descobertas reforçam os riscos desses medicamentos para o desenvolvimento neurológico das crianças e alertam sobre a importância de recorrermos aos antialérgicos de segunda geração, bem mais seguros”, conclui.
A fexofenadina é o anti-histamínico de segunda geração presente na composição de Allegra. É por isso que o medicamento tem ação rápida e eficaz6, sem causar aquela sonolência incômoda na rotina6.
Allegra pediátrico, por exemplo, foi desenvolvido com foco justamente nos pequenos. Ele é indicado para o tratamento da rinite alérgica em crianças a partir dos 2 anos de idade e para o tratamento de urticária a partir dos 6 meses7.
Por ser da segunda geração, ele não dá sono⁴ e, portanto, não prejudica o desempenho escolar8-12. Também não possui parabenos nem lactose, e sua ação dura até 12 horas7.
Mas atenção: em caso de dúvida, consulte um médico para entender qual o quadro da criança e os melhores medicamentos para o seu caso.
Sobre Opella
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ALLEGRA® (cloridrato de fexofenadina). Indicações: é um anti-histamínico destinado ao tratamento de manifestações alérgicas, como sintomas de rinite alérgica (incluindo espirros, obstrução nasal, coceira, coriza, conjuntivite alérgica) e urticária (erupção cutânea vermelha e com coceira na pele). MS: 1.8620.0010. O USO DO MEDICAMENTO PODE TRAZER ALGUNS RISCOS. Leia a bula atentamente. SE OS SINTOMAS PERSISTIREM, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Mar/2025.
Referências:
- Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Conheça as alergias mais comuns na infância: asma atinge até 20% das crianças. Disponível em: https://asbai.org.br/conheca-as-alergias-mais-comuns-infancia-asma-atinge-ate-20-das-criancas/#:~:text=Dermatite%20At%C3%B3pica%20%E2%80%93%20%C3%89%20mais%20comum,at%C3%A9%20o%20final%20da%20inf%C3%A2ncia. Acesso em: 01 abr 2025.
- Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Material educativo. Disponível em: https://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=861. Acesso em: 01 abr 2025.
- Nunes I. Novos anti-histamínicos: uma visão crítica. Jornal de Pediatria. Disponível em https://www.jped.com.br/pt-pdf-X2255553606030780. Acesso em: 01 abr 2025.
- Antihistamines. NHS. Disponível em: https://www.nhs.uk/conditions/antihistamines/. Acesso em: 01 abr 2025.
- Current Medical Research and Opinion (CMRO). Why fexofenadine is considered as a truly non-sedating antihistamine with no brain penetration: a systematic review. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/03007995.2024.2378172#abstract. Acesso em: 01 abr 2025.
- Bula do produto. Estudos não demonstraram associação do uso do produto com alteração no padrão do sono. Disponível em: https://www.allegra.com/pt-br/produtos. Acesso em: 01 abr 2025.
- Allegra pediátrico. Site do produto. Disponível em: https://www.allegra.com/pt-br/produtos/infantil/allegra-pediatrico. Acesso em: 01 abr 2025.
- Mansfield, LE. Fexofenadine in pediatrics: oral tablets and suspension formulations. Expert Opin. Pharmacother. 2008; 9(2):329-337. 3 -Graft DF et al. Safety of fexofenadine in children treated for seasonal allergic rhinitis. Ann Allergy Asthma Immunol. 2001; 87:22 -6.
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