Protetor solar infantil: qual a diferença para o dos adultos?
Produto de uso pediátrico tem composição diferente para reduzir risco de irritações e respostas alérgicas. Entenda o que muda

Se você é uma pessoa que se preocupa com a saúde da pele, já deve ter percebido que os protetores solares disponíveis no mercado são muito diferentes entre si. Muito além das diferenças no fator de proteção ou da resistência à água, há aqueles com pigmentos, substâncias hidratantes etc. E existem, também, os protetores solares infantis.
Nesse último caso, não é só conversa para vender um produto diferente: especialistas efetivamente recomendam formulações com características distintas daquelas utilizadas por adultos.
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Qual a diferença do protetor solar infantil?
A pele das crianças pequenas é mais sensível do que a dos maiorzinhos, e muito mais do que a dos adultos. Por isso, a prioridade dos protetores infantis é garantir que o produto não cause alergias, irritações ou outros desconfortos indesejados na pele deles.
Na prática, a principal diferença é que a proteção contra raios ultravioleta se baseia mais em componentes físicos do que em uma formulação química. Os chamados “protetores físicos” ou “inorgânicos”, como o termo sugere, criam uma barreira superficial na pele para defendê-la do sol, sem que ocorra o mesmo tipo de absorção do que em outros filtros.
Para formar essa barreira, os protetores solares infantis disponíveis no Brasil geralmente usam como base produtos como o óxido de zinco e o dióxido de titânio. Esses componentes são dermatologicamente testados e apresentaram melhores respostas quando aplicados a crianças.
Como proteger as crianças do sol?
Além do protetor solar adequado à faixa etária, o indicado é sempre investir em outras barreiras físicas, como chapéus e roupas mais compridas. Além disso, evitar sair ao sol nos horários de maior incidência de raios ultravioleta, priorizando os períodos antes das 10h da manhã ou após as 16h.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também disponibiliza o Guia de Fotoproteção na Criança e Adolescente, com mais informações sobre os filtros indicados de acordo com a faixa etária.
De acordo com a SBP, bebês abaixo dos 6 meses de idade não devem utilizar protetor solar, salvo em casos de exposição extrema (neste caso, utilize um protetor inorgânico sob orientação pediátrica).
Dos 6 meses aos 2 anos, são indicados somente filtros inorgânicos. Acima dos 2 anos, crianças até podem usar protetores solares químicos, mas eles devem vir com indicação de uso pediátrico, o que confirma menor potencial alergênico.
Quanto ao modo de aplicação, o indicado é evitar filtros em spray. Apesar de parecer mais prático, com ele há maior chance de não fazer o espalhamento correto – além da possibilidade de inalação acidental por crianças pequenas.