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Um plástico para proteção de superfícies que inativa o coronavírus

Em testes, material eliminou a maioria das partículas do Sars-CoV-2 após dois minutos - e poderia ser usado em maçanetas, botões de elevador e celulares

Por Elton Alisson, da Agência Fapesp*
Atualizado em 15 set 2020, 16h57 - Publicado em 15 set 2020, 16h44
plastico contra coronavirus
Telas sensíveis ao toque poderiam receber esse materia plástico antiviral. (Foto: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
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Um filme plástico adesivo específico para proteção de superfícies (como maçanetas, corrimãos, botões de elevadores e telas sensíveis ao toque) é capaz de inativar o novo coronavírus por contato.

Lançado pela indústria Promaflex, o material possui micropartículas de prata e sílica incorporadas em sua estrutura, desenvolvidas pela empresa paulista Nanox, apoiada pelo Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

Em testes feitos no laboratório de biossegurança de nível 3 do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), o material à base de polietileno demonstrou ser capaz de eliminar 99,84% de partículas do Sars-CoV-2 após dois minutos de contato.

“A norma técnica de medição da atividade antiviral em plásticos e outras superfícies não porosa, a ISO 21702, estabelece que o material tem que demonstrar essa ação em até quatro horas. O filme plástico com o aditivo mostrou ser capaz de atingir a meta em um prazo muito menor”, diz Lucio Freitas Junior, pesquisador do ICB-USP, à Agência Fapesp.

Não é simples testar a ação virucida do filme plástico. As amostras do material com e sem micropartículas de prata e sílica foram mantidas em contato direto com o Sars-CoV-2 em intervalos de tempo diferentes.

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Após os períodos estipulados, os coronavírus presentes nas amostras do material foram recolhidos e colocados em contato com as chamadas células Vero – são linhagem de células comumente utilizadas em culturas microbiológicas, sintetizadas a partir de células isoladas dos rins de uma espécie de macaco. Isso para avaliar a capacidade de infecção e multiplicação após a exposição ao filme plástico. Os resultados indicaram uma redução de quase 100% das cópias do Sars-CoV-2 que entraram em contato com amostras do filme adesivo que possuíam as micropartículas de prata e sílica incorporadas após dois minutos de exposição.

“Como as micropartículas de prata e sílica são adicionadas na massa do plástico durante a produção, a ação antimicrobiana permanece durante toda a vida útil do material”, afirma Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox. A fabricante recomenda, porém, o uso por até três meses para evitar o desgaste do material por contato excessivo.

E a máscara antiviral?

O filme adesivo é o segundo material plástico com micropartículas de prata e sílica comercializado pela Nanox para proteger contra a Covid-19 a chegar ao mercado. Em parceria com a fabricante de brinquedos Elka, a empresa paulista desenvolveu uma máscara reutilizável, feita com um plástico flexível (termoplástico) e o aditivo aplicado na superfície, que promete conferir maior proteção contra o novo coronavírus.

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No início de agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro do produto como uma máscara do tipo PFF2, permitindo o uso como equipamento de proteção individual (EPI).

As micropartículas de prata e sílica também foram aplicadas na superfície de tecidos para o desenvolvimento de roupas anti-coronavírus. Em testes em laboratório, o material com o aditivo foi capaz de inativar o Sars-CoV-2 também após dois minutos de contato.

O aditivo tem sido utilizado em roupas e tecidos fabricados por empresas como a Santista, o grupo Malwee e a Cedro Têxtil, entre outras. “O case do tecido foi disruptivo para nós. Mudamos um pouco nosso modelo de negócios e começamos, além de vender o aditivo, a fazer contratos de licenciamento de uso da marca”, afirmou Simões.

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Nesse caso, por se tratar de um revestimento, o material vai se desprendendo à medida que o tecido é lavado. “Mas fizemos testes de tecidos que foram excessivamente lavados e constatamos que não houve perda da eficácia”, afirmou Freitas Junior.

*Este conteúdo foi produzido originalmente pela Agência Fapesp.

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