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Os três grandes avanços contra o diabete e a obesidade em 2016

O médico Carlos Eduardo Barra Couri seleciona os principais acontecimentos em seu ramo da endocrinologia. Diabete e obesidade são os principais destaques

Por Dr. Carlos Eduardo Barra Couri*
Atualizado em 1 fev 2017, 09h56 - Publicado em 24 dez 2016, 15h14
Glicosímetro que não depende de picadas nos dedos é uma das novidades para diabéticos (Ilustração: Raul Aguiar/)
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Por Dr. Carlos Eduardo Barra Couri*

 

1) Lançamento no Brasil do sensor de glicose que deixa os dedos livres das picadas

Trata-se do Fresstyle Libre, primeiro sensor que mede a variação de glicose na pele 24 horas por 14 dias seguidos. Digamos que é uma espécie de “Big Brother do diabete”. O dispositivo é conectado à pele da parte posterior do braço e, por meio de um cateter finíssimo de 5 milímetros de comprimento, é possível visualizar o dia a dia da glicemia, mesmo em horários em que o indivíduo não costuma fazer a medição, como na madrugada.

O sensor emite ondas de radiofrequência que são captadas por um aparelhinho que faz a leitura. Daí o valor da glicose aparece no visor como num passe de mágica.

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Portanto, pode-se abrir mão das picadinhas nos dedos. A tecnologia ainda oferece um software que pode ser baixado no computador e permite analisar dados e tendências em relação à glicemia, ajudando o médico a verificar se é preciso realizar mudanças no plano terapêutico. Com esse dispositivo, é como se usássemos binóculos que ampliam nossa visão em relação à variação de glicose de cada paciente.

Leia também: Obesidade gera dor e vice-versa

 

Remédios imitam hormônio do intestino e têm novas indicações para diabete e excesso de peso

Falamos dos análogos de GLP-1, injeções subcutâneas que imitam um hormônio produzido naturalmente pelo intestino delgado. O tal do GLP-1 possui propriedades marcantes no organismo e, nos últimos anos, a indústria farmacêutica conseguiu sintetizá-lo e produzi-lo em larga escala como medicamento.

No corpo humano, a substância é fabricada quando a comida passa pela via intestinal. O hormônio envia, então, alguns avisos quando cai na corrente sanguínea: indica ao estômago que é hora de reduzir o esvaziamento uma vez que já há comida no intestino; pede para o pâncreas produzir insulina, porque a concentração de glicose na circulação está prestes a aumentar; e sinaliza ao cérebro que ele já pode elevar a sensação de saciedade e diminuir o apetite.

Leia também: A nova geração de remédios para emagrecer

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Pois bem, com essa gama de funções, fica fácil entender por que esses remédios têm tido bons resultados no tratamento do diabete e da obesidade. A versão para o excesso de peso foi lançada no Brasil no segundo semestre de 2016. Trata-se da liraglutida na dose de 3 mg aplicada diariamente. A mesma molécula, só que em dose máxima de 1,8 mg ao dia, foi aprovada há alguns anos no país.

Em 2016 tivemos outro avanço nesse cenário: o lançamento da dulaglutida. Ela foi liberada por aqui para atuar no tratamento do diabete tipo 2, mas com a vantagem de ser uma injeção subcutânea semanal. Apesar de bons resultados na redução do peso, ela ainda não tem aprovação para uso frente à obesidade.

 

Aprovação da bomba de insulina semiautomática nos Estados Unidos

Há mais de 30 anos existem projetos em busca da criação do pâncreas artificial. A bomba de insulina semiautomática é o passo mais próximo a que a ciência já chegou.

Aprovada nos Estados Unidos, a tecnologia MiniMed 670G é capaz de fazer a leitura da glicose na pele e enviar o resultado no mesmo instante para a bomba de insulina acoplada no corpo. Esta, por meio de inteligência artificial, analisa o resultado e promove a alteração na velocidade de infusão subcutânea contínua de insulina — em caso de hipoglicemia, a bomba pára automaticamente de liberar o hormônio e pode salvar a vida da pessoa.

O MiniMed 670G só não é considerado um pâncreas artificial porque só consegue ser autônomo no período da madrugada ou entre as refeições, ou seja, períodos com pouca oscilação glicêmica. Nos períodos em que o indivíduo se alimenta, ele deve inserir manualmente os dados como quantidade de carboidratos ingerida e dose de insulina a ser injetada.

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De qualquer forma, porém, isso já representa um tremendo avanço, pois, especialmente em crianças com diabete tipo 1, é possível evitar e muito o risco de hipoglicemia noturna e entre as refeições. Estamos aguardando seu lançamento no Brasil.

 

* Dr. Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e autor do livro “O Futuro do Diabete” (Editora Abril)

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