O cineasta norte-americano David Lynch confirmou, em entrevista recente, que está sofrendo com um enfisema pulmonar. Após décadas de tabagismo, ele confirmou ter largado o cigarro há dois anos: “amo o tabaco”, reforçou, “mas o preço a se pagar é o enfisema”.
Embora Lynch garanta que está “em ótima forma” aos 78 anos, apesar do diagnóstico, a doença exige atenção, já que pode se tornar incapacitante e até levar à morte em função das complicações. Conheça mais sobre esse quadro de saúde.
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O que é um enfisema pulmonar?
Para entender a doença, é importante compreender antes como nosso pulmão funciona: o ar entra através dos brônquios, e o estágio final dessas ramificações são os alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas — o oxigênio é absorvido e entra na corrente sanguínea por ali. De maneira simples, o enfisema pode ser resumido como uma doença caracterizada pelo dano aos alvéolos.
Quanto maior a extensão do dano, menos alvéolos funcionais você tem. Consequentemente, a área dentro dos pulmões capaz de absorver o oxigênio vai se reduzindo gradativamente, prejudicando a respiração e todas as funções corporais, devido à menor disponibilidade de ar no organismo.
Em geral, o enfisema pulmonar ocorre junto com a bronquite crônica, e hoje em dia é mais comum que os médicos concentrem o diagnóstico sob um único termo: a doença pulmonar obstrutiva crônica, ou DPOC, condição que — de acordo com algumas estimativas — pode afetar até 15% da população em algum grau.
Quais os sintomas do enfisema?
Os sinais e manifestações da enfisema ou do DPOC são fortemente relacionados à dificuldade em respirar. A gravidade e intensidade dos sintomas depende da extensão do dano sofrido pelos pulmões. Eles podem incluir:
- Tosse crônica
- Falta de ar, especialmente ao realizar alguma atividade física
- Aumento na produção de muco
- Sensação de dor ou pressão no peito
- Fadiga generalizada
- Sintomas cardíacos
Como prevenir e tratar a doença?
O enfisema e a DPOC decorrem da exposição prolongada dos pulmões a fumaça, gases e substâncias danosas. Embora a exposição crônica a níveis elevados de poluição atmosférica possa levar a esse quadro, a principal causa do problema é o tabagismo — por isso, a estratégia número um para prevenir a doença é evitar o cigarro.
O tratamento varia conforme o histórico do paciente e a gravidade do quadro. Caso a pessoa seja fumante, a recomendação inicial é abandonar o tabagismo, para evitar que o enfisema piore ainda mais — foi o que fez David Lynch. A partir disso, medicamentos como broncodilatadores e anti-inflamatórios podem ser empregados para ajudar nos sintomas, bem como uso de oxigênio de suporte.
Outros tratamentos estão disponíveis para casos mais graves, e devem ser sempre discutidos com a equipe médica, avaliando caso a caso. Em situações extremas, a única solução pode ser um transplante de pulmão.