Divulgada em maio, Mês da Conscientização do Câncer de Pele, uma pesquisa do Instituto Datafolha – encomendada pela farmacêutica Bristol-Myers Squibb – revela que 78% da população brasileira entrevistada não sabe o que é melanoma. Os dados preocupam porque, apesar de ser um tipo menos comum de tumor de pele, ele é o que mais mata.
Então… o que é melanoma?
Trata-se de um câncer que se origina nos melanócitos, as células produtoras de melanina (substância que determina a cor da pele). Ele é especialmente perigoso porque tem uma capacidade considerável de se disseminar para outros tecidos do corpo. Ou seja, se não detectado precocemente, gera metástases que tornam o quadro mais sério.
De acordo com Agência Internacional de Pesquisa Sobre o Câncer (Iarc), da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 200 mil novos casos de melanoma são registrados por ano no mundo. No Brasil, a previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é a de que 6 260 pessoas receberão o diagnóstico da doença em 2018.
Isso representa apenas 3% de todos os casos de câncer de pele. Porém, segundo dados do Inca, o número de mortes provocadas por melanoma (1 547) quase equivale ao de todos os outros tumores de pele juntos (1 769), o que reforça o conceito de ser uma enfermidade menos comum, porém muito mais perigosa.
O melanoma tem predominância em adultos brancos. A exposição ao sol e o histórico familiar também são fatores importantes. Entre os sintomas, destacam-se manchas na pele, feridas que não cicatrizam e pintas que mudam de aparência.
Se flagrado em estágio inicial, as chances de cura são consideráveis. E o recado positivo é que, nos últimos anos, surgiram armas que aumentaram bastante o tempo e a qualidade de vida mesmo dos pacientes com melanoma metastático (disseminado para outros órgãos do corpo). Esses medicamentos pertencem à imunoterapia.
Mais sobre a pesquisa
O estudo do Datafolha reuniu 2 077 brasileiros do país inteiro. Os respondentes, entrevistados pessoalmente, tinham mais de 16 anos e havia representantes de todas as classes econômicas.
Além de reportar um desconhecimento sobre o melanoma de forma geral, o levantamento mostra que a população não consegue identificar corretamente as causas da doença. O único vilão destacado pela maioria dos voluntários foi a exposição excessiva à radiação ultravioleta – 86% das respostas incluíram esse fator.
As menções a herança genética (36%), excesso de pintas no corpo (36%) e etnia (20%), importantes fatores de risco, ficaram abaixo do desejado. Aí que está: principalmente o pessoal que se encaixa em algum desses itens deveria conversar com um médico a respeito do problema.
Sobre os sintomas, 77% dos respondentes afirmaram que o melanoma pode se manifestar na forma de manchas na pele. Entretanto, não mais do que 39% citaram machucados na pele que não cicatrizam como outro sinal.
E, com falta de informação, a chance de detectar um câncer de pele nos seus primeiros passos cai bastante. Uma pena: como já dissemos, o diagnóstico precoce é uma das principais armas para se livrar do melanoma.
Por isso, não deixe de usar protetor solar, fique atento a qualquer pinta diferente na pele e consulte o dermatologista regularmente.