A malária é causada por quatro protozoários do gênero Plasmodium (no Brasil, os mais comuns são o P. vivax e o P. falciparum).
Entre os sintomas, ela pode causar febre alta, calafrios, tremores, dor de cabeça, náuseas… Em situações mais graves, às vezes evolui para hemorragias, convulsões e mesmo morte. Mas há bons tratamentos contra essa encrenca.
Dados do Ministério da Saúde apontam uma queda nos casos de malária a partir de 2010 até 2016. Porém, em 2017, foi registrado um aumento de 52,7% em relação ao ano anterior, com 189.515 casos.
Em 2018, houve redução de quase 1%. A partir de 2019 observa-se uma redução mais expressiva de 18,4%, sendo notificados mais de 153 mil casos autóctones.
Em 2020, foram registrados mais de 143 infecções no país, uma redução de 6,4% em comparação ao ano anterior. Já em 2021 foram pouco mais de 139 mil, representando uma queda de quase 3% em relação a 2020.
A seguir, saiba mais sobre o problema.
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O que é a malária e como ela é transmitida?
A transmissão acontece quando uma pessoa é picada por um mosquito do gênero Anopheles (o popular mosquito-prego) contaminado. Também é possível pegar a doença por meio do contato direto com o sangue de um indivíduo que carrega o protozoário. Embora isso seja menos comum, pode ocorrer com o compartilhamento de seringas entre usuários de drogas, por exemplo.
Depois que invade o corpo, o parasita chega até o fígado, onde começa a se multiplicar. Daí em diante, ele invade a circulação sanguínea e ataca os glóbulos vermelhos.
Essa enfermidade é considerada endêmica nos estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima). Regiões específicas de Maranhão, Tocantins e Mato Grosso também entram na lista.
Sintomas e complicações da malária
- Febre alta
- Calafrios
- Sudorese
- Dor de cabeça
- Náuseas
- Cansaço
- Falta de apetite
Entre o momento da infecção e o início de sintomas, podem se passar de oito a 30 dias — ou até mais, dependendo do Plasmodium causador da malária, do sistema imunológico do paciente e por aí vai.
Sem um tratamento precoce, o risco de agravamento da infecção aumenta consideravelmente. Com a destruição das hemácias, surgem anemia, insuficiência renal, hemorragias, convulsões etc. Vários órgãos do corpo podem ser comprometidos nesse cenário. Daí a importância de, ao apresentar sintomas suspeitos, conversar com um médico.
Crianças, gestantes, idosos e indivíduos debilitados por outras doenças são mais vulneráveis a essa versão severa da malária.
Como evitar
Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o uso de uma vacina contra a malária. O imunizante obteve o estatuto de pré-qualificação em julho de 2022, o que significa um maior acesso.
Em outubro de 2023, a OMS adicionou a segunda vacina contra a doença, R21/Matrix-M, à sua lista de imunizantes pré-qualificados. A instituição recomendou sua utilização para a prevenção em crianças, seguindo o conselho do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas da OMS sobre Imunização (SAGE) e do Grupo Consultivo para Políticas sobre a Malária.
No entanto, elas não estão disponíveis no Brasil. Por aqui, a prevenção consiste principalmente em medidas que impedem as picadas do mosquito-prego.
Especialmente em regiões endêmicas, vale ter cautela ao frequentar criadouros naturais de mosquitos, como beiras de rio e áreas alagadas. Tenha atenção redobrada do fim da tarde até o amanhecer, quando esse inseto circula em maior número.
Usar roupas compridas ajuda bastante, assim como aplicar repelentes. Instalação de telas anti-insetos e mosquiteiros são outras opções.
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O tratamento da malária
Há diferentes remédios anti-maláricos. O subtipo do parasita, a severidade do quadro e características do próprio paciente (como idade e peso) influenciam na decisão do médico. Os comprimidos são oferecidos gratuitamente no SUS — Camila Pitanga afirmou que foi tratada na rede pública.
Com diagnóstico precoce e adesão adequada ao tratamento, as chances de cura são grandes. Atenção: suspender a medicação só porque os sintomas desapareceram é um grande perigo. Siga à risca as recomendações do doutor.
O tratamento também envolve o controle dos sintomas e das complicações. Como os médicos fazem isso? Isso varia muito de paciente para paciente.
Pessoas que já contraíram malária algumas vezes podem desenvolver uma imunidade parcial. Ou seja, o organismo lidaria melhor com uma futura infecção, minimizando a probabilidade de sintomas mais graves. Entretanto, não há evidências de proteção completa.
Fora que uma pessoa, mesmo sem manifestar sinais claros, pode contribuir para a disseminação da doença. Para isso, basta que um mosquito Anopheles a pique e, então, repasse o protozoário para outro indivíduo.
Fontes: Ministério da Saúde e Fundação Oswaldo Cruz.