É lá pelo sexto mês de gravidez que algumas mulheres recebem o resultado do exame de glicemia mostrando que estão com açúcar demais no sangue. Esse sobressalto caracteriza o diabetes gestacional. No último trimestre da gravidez, a mãe tende a comer mais, afinal, acha que precisa alimentar o filho que cresce em seu ventre.
A insulina, hormônio responsável por levar o açúcar da comida para dentro da célula, tem seu desempenho atrapalhado por substâncias liberadas pela placenta. Aí, sobra glicose na circulação, mesmo que o pâncreas — glândula que fabrica a tal da insulina — trabalhe a todo vapor. Tem outra coisa: com as transformações pelas quais o corpo da mulher passa para aninhar o bebê, ninguém estranha o aumento das idas ao banheiro para fazer xixi, cansaço, mudanças no padrão da fome… Esses sinais são tão comuns em qualquer gestação que ninguém pensa, de cara, que também podem indicar um diabetes. Tudo se confunde.
Só mesmo com um pré-natal cuidadoso e o teste de glicemia de jejum é possível detectá-lo. E diga-se: o diabetes gestacional é tão preocupante que a Organização Mundial da Saúde recomenda mais rigor na interpretação desse exame, realizado entre a 24ª e a 28ª semana de gestação. Antes se decretava o diabetes se o resultado fosse igual ou maior que 95 miligramas de glicose por decilitro de sangue. Agora, a grávida já estaria com o distúrbio se ele der igual ou superior a 92 mg/dl. E, além das complicações que pode trazer à saúde da gestante, como o aumento da pressão arterial e prejuízos aos rins, há possibilidade de o diabetes se instalar de vez no futuro, após a gestação.
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Embora seja um diabetes transitório, é importante adotar alguns ajustes na rotina para curtir o barrigão sem perder (demais) o sono. Para reduzir a doçura exagerada do sangue, tem que ficar de olho no cardápio. Ele precisa ser saudável, com economia de gordura e fartura de frutas, verduras e legumes. Exercícios físicos moderados são aliados para domar a encrenca — desde que o obstetra não veja nenhuma contraindicação para isso. É ele também quem vai decidir se é o caso de incluir a injeção de insulina para equilibrar os hormônios. Ah, e vai ser preciso monitorar as taxas de açúcar regularmente para evitar picos ou baixas bruscas na glicemia.