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Novo teste PCR detecta o coronavírus e outros três tipos de vírus

Esse PCR turbinado tem resultado em 48 horas e ajuda a diferenciar síndromes respiratórias com sintomas parecidos

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 3 set 2021, 16h50 - Publicado em 31 ago 2021, 20h02
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  • A pandemia do coronavírus fez surgirem testes rápidos para detectar a doença, mas a semelhança dos sintomas com outros problemas respiratórios trouxe a necessidade de ter diagnósticos mais certeiros. Um novo PCR, já disponível em laboratórios privados, é capaz de distinguir entre os vírus influenza A e B (principais causadores da gripe), o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e também o Sars-CoV-2, responsável pela Covid-19. 

    Esse teste vem atender a algumas necessidades. “A primeira é que o quadro clínico dos pacientes com síndromes respiratórias são muito semelhantes, com febre, tosse, espirro, coriza. Há poucas diferenças, como a perda de olfato e paladar da Covid-19″, explica Gustavo Campana, patologista clínico e diretor médico da Dasa. E cabe lembrar que a perda dos sentidos não tem sido vista em infectados pela variante Delta.

    “Ter uma resposta mais completa muda bastante a conduta do médico em relação ao tratamento e ao tipo de isolamento necessário, principalmente em casos de internação”, completa o patologista.

    A novidade ainda dá maior proteção a crianças e idosos, que podem desenvolver formas graves de outras síndromes respiratórias e precisam ser acompanhados de perto.

    “Se a gente imaginar um idoso já vacinado, por exemplo, cai a probabilidade de ser Covid-19, mas ele pode estar com outra infecção que seja tão preocupante como a do coronavírus”, afirma Hélio Magarinos Torres Filho, patologista, diretor médico do Richet Medicina & Diagnóstico e diretor da área de análises clínicas da Rede D’Or São Luiz, de São Paulo.

    Nas crianças, a maior preocupação é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), mais comum até os dois anos de idade. Ele é o grande causador de bronquiolite nessa faixa etária. Muitas vezes, o pequeno precisa ser internado para tratar da doença. 

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    Como o teste é feito?

    O exame é parecido com o PCR convencional da Covid-19. Colhe-se a secreção do nariz com um cotonete, e o resultado sai em até 48 horas. Ele pode ser realizado em crianças e adultos. A maior diferença é que ele é indicado apenas para pessoas que estão com sintomas.

    “O PCR do coronavírus também é útil em assintomáticos, porque a ideia é controlar a pandemia, então a pessoa faz porque precisa viajar ou trabalhar e não pode correr o risco de transmitir a doença”, explica o diretor da Dasa. O valor é um pouco mais alto que o da versão mais simples e ainda não está disponível em farmácias, somente em laboratórios privados.

    +LEIA TAMBÉM: Como diferenciar gripe, resfriado ou Covid-19 em crianças?

    Já existem exames que detectam mais de 20 tipos de vírus, mas eles são caros e demorados. “Contar só com esse tipo de análise é como recorrer um canhão para atingir uma mosca. Já o novo teste foca nos quatro vírus de alta prevalência, ou seja, os que mais circulam”, observa o diretor médico da Dasa.

    O PCR turbinado é benéfico somente a pacientes sintomáticos para excluir um quadro mais grave de uma dessas doenças. “Mesmo em tempos de pré-pandemia, infecções virais sempre foram gatilho de internações e sabemos ainda que as pessoas com comorbidade acabam ficando mais tempo no hospital”, avalia Campana. Fora que o quadro pode progredir, transformando-se, por exemplo, em uma pneumonia.

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    O pedido do exame deve sempre partir de um médico. “O indivíduo pode até ir ao laboratório e fazê-lo por conta própria, mas ele vai precisar da análise de um profissional de qualquer maneira. Por isso não tem como o médico ficar de fora”, afirma Campana.

    Legado da pandemia

    Após o susto de conviver com a Covid-19, o mundo está repensando a maneira como se faz diagnósticos. Para Campana, passou a ser mais importante investir em vigilância epidemiológica – conjunto de ações para detectar a incidência de um vírus em um população.

    “Precisamos, a partir de agora, saber o que está circulando, onde, em quais grupos e como cuidar. Esse é um dos legados da pandemia”, defende o diretor da Dasa.

     

     

     

     

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