Um medicamento chamado relugolix renova a esperança por alívio de mulheres que sofrem com as dores da endometriose. Ele foi testado e comparado em 638 voluntárias: metade tomou placebo, metade recebeu o princípio ativo pra valer.
“O benefício obtido no controle da dor foi significativo”, afirma o ginecologista Mauricio Abrão, professor da Universidade de São Paulo (USP) e coautor da pesquisa publicada no periódico The Lancet.
O relugolix é um comprimido de uso diário, que atua inibindo a ação do estrogênio, hormônio que estimula os ovários e o endométrio. Já está aprovado nos Estados Unidos e deve ser indicado para os casos mais severos da doença, mas o efeito é apenas analgésico. “O que trata de fato é a cirurgia”, ressalta Abrão.
Mudanças na classificação da doença
Os desafios da endometriose vão além da busca por um tratamento eficaz. Isso porque nem sempre ela é apenas um problema ginecológico. O tecido do endométrio pode escapar do útero e migrar para locais bem distantes, como pulmão e até cérebro.
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Para dar conta dessas situações, a Classificação Internacional de Doenças (CID) passou a incluir mais de 100 subtipos do distúrbio. “Na prática, tudo que é endometriose profunda, a que mais causa dor e tem indicação para a cirurgia, está contemplado no documento. Isso é importante para garantir o atendimento da paciente e a remuneração ao médico por parte das operadoras de saúde”, comenta Abrão.