Novas diretrizes brasileiras contra a hipertensão
Em atualização de documento, entidades endurecem os limites e mudam recomendações para controle da pressão
A Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) atualizaram suas orientações para o manejo da pressão nas Novas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2020.
Entre os destaques do documento, está uma nova definição para a pré-hipertensão. “Antes ela era mais ampla. Agora temos um grupo fechado porque, dependendo do quadro, pode ser necessário utilizar medicação, além das mudanças de estilo de vida”, explica o cardiologista Luiz Bortolotto, vice-presidente da SBH.
A diretriz também reforça a necessidade de vigiar a hipertensão mascarada: quando a aferição é normal no consultório, mas fora dele é diferente. Até por isso, o valor de referência para medidas em casa baixou. Tudo para melhorar o controle da situação. Calcula-se que só 30% dos hipertensos mantenham a pressão nos níveis adequados.
Valores atualizados
Hipertensão arterial: para medições em casa, valores acima de 130mmHg X 80mmHg já configuram o descontrole da pressão. Para o consultório, continua o mesmo: acima de 140mmHg X 90mmHg.
Pré-hipertensão: entre 130 e 139mmHg X 85 e 89mmHg.
Normal, mas precisa de acompanhamento: faixa entre 120 e 129mmHg X 80 e 84mmHg.
Ótima: abaixo de 120mmHg X 80mmHg.
Muito além da medição
O novo documento traz pela primeira vez um capítulo dedicado ao acompanhamento multidisciplinar. “Enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos e o serviço social são importantes no manejo do problema”, ressalta Bortolotto.
O texto ainda elenca de maneira inédita aspectos sociodemográficos, como o acesso à saúde e a situação financeira, como fatores de risco para a hipertensão.