Maio Roxo: alerta para DII é ainda mais importante na pandemia
O diagnóstico precoce e o acompanhamento das doenças inflamatórias intestinais são fundamentais para um tratamento eficaz
Maio é o mês de conscientização sobre as doenças inflamatórias intestinais (DII). O chamado Maio Roxo alerta principalmente para a importância do diagnóstico precoce e seu correto tratamento. O assunto é ainda mais relevante em tempos de pandemia, servindo de incentivo para que pacientes não deixem de se cuidar.
As DII são doenças (ou afecções) que afetam alguma parte do sistema digestório. A retocolite ulcerativa acomete principalmente o intestino grosso, e a doença de Crohn afeta o final do intestino delgado (íleo) e o início do intestino grosso (cólon).
De acordo com informações do Ministério da Saúde,1 cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com alguma doença inflamatória intestinal e os números estão em ascensão. Não há, até hoje, nenhuma causa comprovada para as DII, além de fatores genéticos e autoimunes, mas existem tratamentos para mantê-las sob controle.
A importância do diagnóstico precoce
Assim como reforçam as campanhas do Maio Roxo, para o dr. Rogério Parra, médico responsável pelo Ambulatório de Doenças Inflamatórias Intestinais do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP), o diagnóstico precoce é fundamental para evitar o agravamento dessas doenças e a necessidade de internações e cirurgias.
A falta de médicos especializados e a dificuldade de acesso ou longa espera para a realização de exames, porém, dificultam o diagnóstico. E agora, em meio à pandemia, um entrave é o próprio paciente, que muitas vezes deixa de procurar ajuda médica por medo de contrair o novo coronavírus. “É importante lembrar que o ambiente ambulatorial conta com medidas de contenção e é seguro.”
Por isso, é essencial ficar atento aos sinais que o corpo dá e procurar um médico, de preferência especializado na área, em caso de dúvida. Os sintomas das doenças inflamatórias intestinais são parecidos com os de distúrbios comuns, como diarreia e dor abdominal. Mas, quando são persistentes e acompanhados de outros fatores, como emagrecimento inexplicado, secreção ou sangue nas fezes, aumentam as chances de ser doença inflamatória.
DII e Covid-19
Também o tratamento das DII não pode ser esquecido ou adiado por causa da pandemia. O médico explica que pacientes com a doença grave e ativa precisam seguir a agenda de consultas presenciais, por conta da necessidade do exame clínico. Em relação àqueles que já estão em remissão, podem fazer um acompanhamento mais espaçado e contando com as vantagens da telemedicina, por exemplo.
O início da pandemia foi alarmante, pois não havia informações sobre as consequências do vírus em pessoas com doenças inflamatórias intestinais. Hoje, porém, é sabido que os pacientes em remissão não têm maiores chances de contrair a Covid-19, apenas por serem portadores de DII, a não ser que façam parte dos grupos de risco, tais como idosos, pessoas com comorbidades e usuários crônicos de corticoides.
Ainda assim, obviamente, é fundamental seguir os cuidados básicos indicados pelas autoridades sanitárias. São eles: lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou com álcool em gel, limpar e desinfetar objetos e superfícies, evitar tocar os olhos, o nariz e a boca com as mãos não lavadas, ficar em casa quando possível, usar a máscara todas as vezes que precisar sair, não se aglomerar e manter um distanciamento seguro de pelo menos 1,5 metro de outras pessoas.
Referência
C-ANPROM/BR/ENTY/0078 Mai2021 – Material destinado ao público geral