Inovação na intubação: videolaringoscópio será doado a hospitais
Empresa do setor óptico cria e doa dispositivo a UTIs de todo o mundo
O termo intubação passou a ser tão utilizado na pandemia de Covid-19 que pode até dar a impressão de ser algo banal. Mas está longe disso. Intubar e salvar a vida de pacientes que não estão conseguindo respirar adequadamente é um procedimento complexo, em que o médico precisa, muitas vezes às cegas, posicionar um tubo na traqueia da pessoa com a ajuda de um laringoscópio.
Pois os videolaringoscópios guiam esse processo com uma câmera. É o caso do Nura, equipamento da Zeiss que teve seu desenvolvimento acelerado e está sendo lançado agora. As primeiras 5 mil unidades serão doadas — 200 delas ao Brasil. “Equipamentos como esse facilitam a intubação e podem diminuir complicações, mas são raros no SUS hoje”, contextualiza o intensivista Paulo Tierno, médico que poderá empregar a novidade em um hospital de São Paulo.
Munido de um display que exibe imagens em alta resolução por meio de uma câmera e uma lâmpada, o laringoscópio aumenta a distância entre o profissional e o paciente e melhora a ergonomia do médico. O equipamento tem cerca de 50 centímetros de comprimento e é quase todo descartável, com exceção do display.
Outra novidade pode melhorar a sedação
Em tempos de aumento inédito de pessoas doentes e hospitalizadas, outra tecnologia vem aprimorar a assistência a quem precisa ser intubado ou se submeter a uma cirurgia. O Conox, da Fresenius Kabi, é o primeiro monitor que acompanha ao vivo o nível de consciência e dor enquanto o indivíduo está sedado.
Assim é possível saber, por exemplo, se ele está sentindo algum incômodo no meio de um procedimento e se é preciso ajustar a dose da anestesia a fim de trazer mais conforto. Uma das vantagens é evitar o chamado despertar intraoperatório, que pode causar traumas.