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Gripe aviária avança pelo Brasil. Há perigo para nós, humanos?

Com casos registrados pela primeira vez em São Paulo e Rio Grande do Sul, momento é de cuidado redobrado com aves de criação, como frangos e galinhas

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 7 jun 2023, 13h48 - Publicado em 7 jun 2023, 13h37

Nesta semana, o estado de São Paulo registrou seu primeiro caso de gripe aviária, causada pelo vírus influenza H5N1, em Ubatuba, litoral norte. Ao todo, são 24 casos confirmados no país em 10 espécies de aves silvestres.

Além dos paulistas, as detecções foram feitas no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Quase todos na região costeira, com exceção da cidade de Nova Venécia (ES), que fica um pouco mais no interior do estado capixaba.

Trata-se da primeira vez que o H5N1 se espalha dessa maneira pelo país. A situação inédita não é motivo para pânico, pois ainda não há transmissão em humanos, mas exige monitoramento contínuo.

O principal foco de atenção agora são os avicultores, profissionais que lidam com a criação e comércio de aves como frangos e galinhas. Esses animais podem contrair o H5N1, que se espalha rapidamente e é de alta patogenicidade (muito capaz de provocar doença).

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Não à toa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) declarou o estado de emergência zoosanitária por 180 dias. Nessa situação, aves de criação não podem ser aglomeradas em feiras e os cuidados de segurança no manejo devem ser reforçados.

“Além disso, a pasta também criou um comitê para organizar ações e o Ministério da Saúde soltou nota técnica de recomendações para a vigilância de casos suspeitos de gripe aviária em humanos“, conta a virologista Helena Lage Ferreira, professora da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV).

Na última terça, 6, o governo anunciou a liberação de um crédito de R0 milhões para o MAPA nas ações de enfrentamento ao influenza. E há um painel disponível para o acompanhamento das infecções.

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Gripe aviária em humanos

Até o momento, não foram detectados casos em humanos no país. E é raro que isso aconteça. O H5N1 está se espalhando por aves do mundo todo desde o ano passado, mas pouquíssimos casos foram identificados em humanos desde então.

Eles ocorrem quando a pessoa tem contato direto com um animal infectado. Casos de transmissão entre humanos, que indicariam o risco de um surto, nunca foram confirmados.

De qualquer forma, quanto mais encontros entre animais doentes e humanos, maior o risco de uma mutação que permita a disseminação entre a nossa espécie acontecer.

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+ Leia também: Gripe aviária: um perigo que não ameaça só galinhas

“A orientação para a população em geral é evitar contato com aves silvestres e notificar as autoridades em saúde no caso de observação de sinais da doença nas aves”, recomenda Helena.

Existe um sistema do governo, o e-sisbravet, que permite a notificação de eventos do tipo.

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Influenza H9N2 em Minas Gerais

Recentemente, foi identificado um caso de um pato infectado com o influenza H9N2 em Pará de Minas (MG).

Ele não representa grande perigo para os animais, pois é considerado de baixa patogenicidade, mas alguns tipos desse vírus podem infectar humanos.

“É algo que precisa ser investigado, mas ainda não foi confirmado no caso dessa detecção”, esclarece Helena.

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Novo estudo identifica adaptações do vírus

Um artigo recém-publicado no periódico Nature Communications aponta para uma rápida evolução genética do vírus H5N1 desde que ele chegou na América do Norte. O estudo destaca alterações que causam infecções mais graves em mamíferos.

Na Europa e nas Américas, foram detectados surtos entre animais como leões marinhos e visons, com centenas de animais mortos.

Os autores destacam que seria preciso uma transmissão sustentada entre humanos (ou seja, que vários se infectassem e disseminassem o vírus) para que ele se adaptasse o suficiente para fazer tal estrago entre nós.

Mas ressaltam que essas mudanças indicam uma maior patogenicidade, que inclui a possibilidade de casos graves num hipotético surto entre nós. “Sob uma perspectiva de saúde pública, as mudanças são de preocupação significativa”, escrevem os pesquisadores. 

“Estamos teorizando de que ele pode estar se adaptando para circular entre humanos, mas ainda não podemos afirmar isso, o que podemos dizer é que ele está sim mais presente em mamíferos”, comenta Fernando Spilki, professor da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul.

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