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Frio pode contribuir para ocorrência de infarto, alertam especialistas

O ideal é evitar se expor a mudanças muito bruscas de temperatura e estar em dia com o acompanhamento médico

Por Da Redação
22 jul 2021, 18h50
infarto cefaleia
neralgia do trigêmio é uma das piores dores do mundo (Ilustração: Rodrigo Damati/SAÚDE é Vital)
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Dias mais frios podem contribuir para a ocorrência de infarto em pacientes que apresentam fatores de risco, como aqueles que têm lesões nas coronárias ou são hipertensos.

A cardiologista Rica Buchler, diretora de reabilitação cardíaca do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo, alerta que o acompanhamento médico e o controle de condições preexistentes podem reduzir os riscos.

Ela explica que, no frio, na tentativa de manter a temperatura do corpo, os vasos sanguíneos se contraem, diminuindo de diâmetro. É a chamada vasoconstrição. “Essa situação pode levar ao infarto e piorar a hipertensão em pacientes com predisposição”, acrescenta.

O cardiologista Luiz Antônio Machado César, assessor científico da Sociedade de Cardiologia do estado de São Paulo (Socesp) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), relata que há estudos indicando a maior incidência de infarto em temperaturas mais frias.

“É uma curva que lentamente mostra um aumento dos casos de morte por infarto à medida que a temperatura cai, grau a grau. Mas fica bem mais evidente abaixo dos 14 graus, com quase três vezes mais mortes por infarto”, diz, citando resultados de pesquisa da USP da qual foi orientador. Ao comparar as estações do ano, foi no inverno que ocorreram mais mortes por infarto.

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“O que a gente observou claramente era [um maior risco] para pessoas acima de 65 anos. Porque são as pessoas que têm muito mais [incidência de] hipertensão arterial, maior chance de já ter a doença coronária e de eventualmente já ter passado por um infarto. É a faixa etária em que a doença está mais presente”, explica.

Grupos mais suscetíveis aos efeitos do frio

Além de pacientes com lesões nas coronárias, Rica Buchler cita pessoas hipertensas, que já tiveram infarto ou acidente vascular cerebral e que fizeram ponte de safena ou angioplastia.

Ela lembra que o infarto é uma consequência de vários fatores, como pressão arterial e diabetes descontrolados e colesterol muito alto. Quando paciente e médico conseguem conter esses quadros, a suscetibilidade ao infarto diminui, inclusive no tempo frio.

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Para evitar os riscos das baixas temperaturas, a médica conta que, primeiramente, é preciso conhecer sua situação de saúde. “Pessoas que vão anualmente ou semestralmente ao cardiologista sabem sua real condição, então se conhecem bem e entendem a medicação que tomam. Logo, estão mais seguras”. Outra recomendação da cardiologista é evitar sair nos horários mais frios do dia.

O professor Machado César também alerta para a importância de manter em dia a medicação entre pessoas com doenças já identificadas anteriormente e de se proteger ao máximo quando sair de casa, evitando o contraste de temperatura.

“O contraste é o maior desencadeante daquelas situações de espasmo e de vasoconstrição. Ou seja, você está dentro de casa em uma temperatura de 20 ou 18 graus e, de repente, sai para fazer alguma coisa e está 2 graus. Vai ter vasoconstrição na pele, na orelha, no nariz e, se houver doença, pode ocorrer vasoconstrição lá [no coração] e desencadear um quadro de infarto. Então, quem tem mais de 60, 65 anos, deve evitar isso”, diz.

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Mas ele ressalta que não significa que todo mundo que sair no frio terá infarto. “A pessoa está em um grupo que é mais suscetível, mas, mesmo assim, é uma probabilidade”, acrescenta.

*Com informações de Camila Boehm, da Agência Brasil

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