O Instituto Médico Legal (IML) confirmou, na segunda-feira, que as 62 vítimas da queda do avião da Voepass, em Vinhedo, morreram em decorrência de politraumatismo.
Um quadro grave de saúde associado a lesões físicas ou químicas que ocorrem de forma violenta, o politraumatismo é comum em casos de acidentes aéreos e costuma ser fatal. Ainda de acordo com o IML, todos os passageiros e tripulantes perderam a vida de forma instantânea no momento da queda.
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O que é o politraumatismo?
De maneira técnica, o politraumatismo é definido como a existência de duas ou mais lesões graves que afetam mais de um sistema do corpo — por exemplo, a amputação de um membro ocorrendo simultaneamente a uma lesão cerebral.
A causa mais comum para o problema são impactos violentos, como o que ocorre em uma queda de avião, acidente de carro ou em agressões físicas. No entanto, o politraumatismo se refere ainda a outros tipos de lesões ocasionadas por alguma força externa, como uma queimadura.
Em muitos casos, um politraumatismo costuma afetar sistemas envolvendo o cérebro e a coluna, o que o torna potencialmente fatal na maioria das vezes.
É possível sobreviver a um politraumatismo?
O termo politraumatismo é genérico. Isso significa que uma lesão que afeta dois sistemas pode ser definida dessa forma, assim como outra que de maior gravidade, que impacta ainda mais partes do corpo. Em suma, nem todo politraumatismo é igual.
Dependendo da extensão das lesões e das partes do corpo afetada, é possível sobreviver a um episódio de politraumatismo em algumas situações. Mas, devido à violência envolvida no politraumatismo, é comum que o sobrevivente tenha sequelas duradouras, seja pela amputação de um membro ou pelos impactos cognitivos ou motores relacionados ao impacto.
Em todos os cenários, o recomendado é que os sobreviventes com politraumatismo não sejam removidos do local onde ocorreram as lesões sem a ajuda de socorristas profissionais. A ausência de cuidado adequado ao movimentar as vítimas pode agravar os ferimentos e problemas de saúde subsequentes.
O acidente
No dia 9 de agosto, o voo 2283 da Voepass (antiga Passaredo) sofreu um acidente no trecho final de uma viagem entre Cascavel, no Paraná, e o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A aeronave ATR 72-500 caiu do céu em parafuso na cidade de Vinhedo, a cerca de 110 km do destino, sem deixar sobreviventes.
As razões do acidente ainda são investigadas. No dia 12, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluiu a fase inicial da investigação. Um relatório preliminar apontando as possíveis causas deve sair em 30 dias.